domingo, 18 de março de 2012

Ivo Perelman - Sax Tenor Paulista / Carving Fruits e Festival Melounovani

Filho de pai polonês com mãe russa, Ivo Perelman cursou um ano de arquitetura antes de decidir correr o mundo com seu sax tenor. Nascido na cidade de São Paulo, Ivo começou na música tocando peças eruditas, de Bach a Villa-Lobos, no violão até que aos quinze anos rebelou-se com o instrumento e foi atrás de novos sons, experimentando o violoncelo, a clarineta, piano, trombone, antes de decidir-se pelo sax tenor.

Com seu saxofone na mão e algum dinheiro economizado, Ivo pegou um avião e foi tentar a vida de músico em Nova Iorque. Passadas as dificuldades iniciais, Ivo teve a grande oportunidade de ter aulas (gratuítas) com o renomado professor Ph.D. em história da arte, poesia e música, Joe Allard, cujos temas favoritos são tão excêntricos e diversos como: a música dos séculos dezessete e dezoito, poesia medieval da Islândia, pintura americana de influência européia também do século dezoito, e poesia contemporânea britânica. Certamente o mestre teve grande influência sobre Ivo que também começou a pintar.

Passado algum tempo, Ivo decidiu partir para Boston, a fim de estudar na carimbada Berklee College of Music, onde não ficou muito tempo, por não se adaptar ao ortodoxissismo da instituição. Decidiu ir mais longe e passou algum tempo em Montreal, depois circulou por Israel e também Roma. Em 1986, mudou-se mais uma vez para os EUA, agora para a Califórnia, tendo aulas com o flautista Marty Krystall em Los Angeles.

Seu perfil vanguardista, que não se encaixava exatamente na definição de músico brasileiro, o que lhe trouxe dificuldades, como comentou Kevin Whitehead para a revista Downbeat (transcrito no livro de Roberto Muggiati): “...guinchar um solo de 20 minutos em Garota de Ipanema em uma noite de reveillon num hotel não é a chave para o sucesso.”

Quatro anos mais tarde, Ivo gravou seu primeiro álbum lançado no Brasil, no ano seguinte pelo Estúdio Eldorado. Para a gravação, Ivo Perelman consegui juntar um time estelar que incluía o casal Airto Moreira e Flora Purim, John Patitucci, o baterista Peter Erkstine e ainda a pianista Eliane Elias. O disco angariou quatro estrelas e meia da criteriosa revista Downbeat, um feito nada dispresível para um álbum de estréia. Depois do primeiro álbum se seguiu uma enxurrada de outros que hoje já somam vinte quatro lançamentos e muito provavelmente este dado se desatualizará rapidamente. Em todos eles a presença marcante do som viceral e irado que leva a comparações com Dexter Gordon, Archie Shepp, Pharoah Sanders, Sonny Rollins e sua maior e confessada influência, John Coltrane. Sobre seu som e estilo já comentaram: “Uma das vozes mais vitais a surgir no rejuvenecimento do free-jazz” Ottawa Citizen, ou ainda “Uma das mais distintas e imponentes vozes do sax tenor a surgir em anos” (Revista Downbeat).

Suas pinturas têm também grande afinidade com seu som, e seu talento como pintor não pode ser desprezado. Suas telas seguem a escola impressionista e fazem lembrar mestres da pintura, como Vasily Kandinsky, Hans Hofman e Jackson Pollack.

Um show artístico com os vegetais










Link para arquivo de PPT imagens do Festival "Melância" 2008
http://www.4shared.com/document/9a_37zyy/Melounovani.html

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