terça-feira, 12 de maio de 2009

BMW Jazz Festival no Brasil (imagens: Motocicleta Ransom)

Dona de uma voz poderosa, Sharon Jones é a mais nova diva da black music americana. Descoberta tardiamente, ela chega acompanhada de seu grupo, The Dap Kings, que ganhou reconhecimento mundial ao gravar seis das onze faixas de Back to Black, disco de maior sucesso de Amy Winehouse. Um dos conjuntos mais fiéis ao autêntico soul e R&B dos EUA, Sharon Jones & The Dap Kings apresenta a turnê de seu quarto disco, I Learned the Hard Way (clipe), que chegou ao 15º lugar da parada Top 200 da Billboard e já superou a marca de 150 mil cópias vendidas. Funk Off Brass Band é uma banda marcial italiana de sopro e percussão, e mostra sua fusão de funk, soul, R&B e jazz, animada por coreografias mirabolantes. Jazz on a Summer’s Day - Filme de Bert Stern, com co-direção de Aram Avakian Em 1958, o fotógrafo de moda Bert Stern (famosa pela última foto de Marilyn Monroe disparar "The Last Sitting", seis semanas antes de sua morte) saiu para fazer um filme sobre o anual Festival de Jazz de Newport, Rhode Island. Ele se aproximou de seu tema como uma ocasião para provar que a música não tem que ser apenas registrado, o cinema em si poderia ser tão astuto como o palco de som. Assim, o filme é em si um pedaço de jazz; na primeira metade do filme, a câmera muitas vezes se afasta do palco para se fixar sobre a multidão e os barcos em corridas a América do iate da Copa, criando assim uma cápsula do tempo. Fielding cinco câmeras simultaneamente, alguns portáteis e alguns com lentes de telefoto, e usando o melhor filme Kodak cor reversão positiva, Stern capturou imagens brilhantes que, como ele disse acabou de pular fora da tela. Normalmente filmes de jazz são todos os tipos preto e branco, deprimente e em boates no térreo pequenos. Isso trouxe o jazz para fora para o sol. Ele era diferente. Daí, a seleção para a preservação no Registro Nacional de Cinema dos Estados Unidos como sendo "culturalmente, historicamente e esteticamente significativo. Edição de estreia, o Jazz Festival Retorna uma BMW São Paulo (08 a 10 de Junho) e ao Rio de Janeiro (11 a 13 de Junho), investindo no mesmo Conceito Que o inseriu no Calendário Mundial Eventos Dos Grandes fazer Gênero - do de promover um Repertório coeso De diferentes Linhas do Jazz Vertentes eletrônicos SUAS.Com nomes consagrados e revelações Mais RECENTES, o festival contará com mostra de Nove atrações: Corea, Clarke & White, Maceo Parker e Fred Wesley & Convidados Pee Wee Ellis, Charles Lloyd, The Brothers Clayton; Trombone & Baixinho Orleans Avenue; Ambrose Akinmusire; Noventa Milhas, Sociedade Secreta Darcy James Argue; e de Toninho Ferragutti e Bebê Kramer. BMW JAZZ FESTIVAL NO RIO DE JANEIRO 2012 - Show Joshua Redman Trio, e Wayne Shorter Quartet. Em Sampa


















Frei Betto fala de ecologia interior e sociopolítica


Dentro das atividades programadas para o terceiro dia (29) do Fórum Social Mundial, em Belém – PA, Frei Betto falou da ecologia interior e diversas questões da ecologia sociopolítica que se constituem em problemas na atualidade. A seguir, apresentamos alguns dos principais tópicos abordados por ele.

Ecologia interior
Com base em seu mais recente livro “O amor fecunda o universo – ecologia e espiritualidade”, onde procura reler toda a tradição bíblica sobre a questão ecológica, Frei Betto disse que o corpo humano é uma miniatura de Gaia, o planeta em que vivemos. Nosso respirar é um beijo na boca da natureza, a qual nos dá o oxigênio e recebe o nosso gás carbônico. Chamou a atenção para a geografia do nosso corpo, formado – como a geografia do planeta – por rios, vales, montes, fontes e cavernas.

Adão e Eva são duas palavras hebraicas que significam respectivamente terra e vida. Com isso, a Bíblia quer dizer que a vida humana veio da terra. O universo emergiu há 14 bilhões de anos. Nós emergimos da criação divina e somos constituídos dos mesmos elementos de tudo o que existe no universo. A vida humana apareceu há cerca de oito milhões de anos. Somos um ser natural. Não existe o ser humano de um lado e a natureza de outro. Desse modo, não podemos separar o que jamais existiu separado.

Adiante, Frei Betto afirmou: “Sou um católico que todo dia rezo para que Deus me dê a graça de me converter a ser cristão e que, sendo cristão, eu seja humano. Conheço muitos católicos que não são cristãos e muitos cristãos que não são humanos. Na verdade, não existem valores cristãos ou evangélicos. Existem valores humanos que as tradições religiosas realçam para que criemos juízo. Amar, ter compaixão, ser solidário com o pobre, isso é humano. Não é cristão, budista, judaico ou islâmico”.

Todos nós temos duas falhas. A primeira é que fomos feitos com “prazo de validade”. A segunda é que temos defeito de fabricação, ao que a Bíblia chama de pecado original. Por isso precisamos uns dos outros para tentar ser cada vez mais humanos. Ser humano é lutar pela plenitude da vida de todos e todas e defender a vida de todo planeta.

Sempre aprendemos que Deus fez com a humanidade duas alianças: uma ética, no Antigo Testamento, com Moisés; e uma amorosa, no Novo Testamento, com Jesus. Falta resgatarmos uma terceira aliança, aquela que Deus fez no Gênesis, a ecológica. Assim, como Jesus disse que todo ser humano é sagrado, todo o planeta é sagrado. Engana-se quem acha que pode fazer preservação ambiental sem fazer luta de libertação dos pobres ou vice-versa. As duas coisas estão sempre unidas.

Ecologia física e social
A água é um bem escasso. De toda água do planeta, só 3% é potável. Desses 3%, 26% estão na Amazônia. O solo amazônico tem pouca profundidade e muitos minérios, como o de Carajás. Se o nível de desmatamento continuar, o futuro da Amazônia será o presente do deserto do Saara. Significa dizer que não vai produzir mais chuva para o Sul e o Norte das Américas.

Entre 1990 e 2006, o cultivo de soja na Amazônia cresceu 18%. Soja não dá sombra, nem água e nem abriga a biodiversidade existente aqui. Em 10 hectares tem mais de 10 mil espécies de vida vegetal e animal. É o milagre da vida sendo destruída pelas grandes empresas. De 1990 a 2006, o rebanho bovino cresceu 11%. Por ano, a Amazônia perde cerca de 20 mil Km² de florestas, o correspondente ao tamanho do Estado de Sergipe. Se o ritmo atual de desmatamento continuar, em 2030 a Amazônia terá perdido em florestas o correspondente a 22 Bélgicas. É um verdadeiro ecocídio.

A cada dia circulam na Amazônia 3.500 caminhões com madeira ilegal. As madeireiras pagam pelo metro cúbico R$ 25, madeira que é vendida na Europa ao valor equivalente a R$ 3.200. O Brasil é o segundo maior exportador mundial de madeira, sendo a maior parte de maneira ilegal.

Nos últimos 37 anos houve, na Amazônia, o desmatamento de 70 milhões de hectares. 70 mil hectares foram ocupados com a criação de gado. Os maiores produtores de carne do Brasil estão nos municípios onde há mais desmatamento. São eles: São Félix do Xingu, Conceição do Araguaia, Marabá, Redenção, Cumaru do Norte, Ourilândia e Palestina do Pará. 62% dos casos de trabalho escravo, no Brasil, ocorrem nestas fazendas.

O Brasil foi a última nação das três Américas a decretar a abolição oficial da escravatura. Somos uma nação miscigenada, o segundo país com maior população negra do mundo. Só a Nigéria tem mais população negra que o Brasil. A escravidão hoje é sofisticada. Funciona na base da promessa de trabalho fácil.

O homem e a mulher são “bichos ferozes”. É difícil domesticá-los. Eles matam, mentem, destroem a natureza e não se preocupam com as gerações futuras. Nascemos naturalmente capitalistas e crescemos na escola do capitalismo cada vez mais egoístas.

Somos o único bicho que come fora de hora. Todos os demais comem somente quando têm fome. Nós nos empanturramos porque fomos condicionados a ter hora para comer e não fome para comer. Depois nos queixamos que estamos gordos e com doenças.

Ecologia política
Estamos vivendo um momento único na América Latina, que é a emergência de governos democrático-populares. Há uma coisa nova acontecendo que eu chamo de terceiro período, afirmou Frei Betto. Da história recente da América do Sul, o primeiro período foi o mais trágico. Foi o período da ditadura militar, marcado por muita tortura, assassinatos e desaparecimentos.

Depois veio o ciclo neoliberal. Nossos países foram “redemocratizados” com a presença daquelas figuras “impolutas”, “imaculadas”, “éticas”, como foi o caso de Collor no Brasil, Menem na Argentina, Pérez na Venezuela e Pinochet no Chile. Nunca houve tanta corrupção!

Agora estamos no terceiro período, chamado democrático popular. Há muitas dificuldades, falhas e contradições. Por outro lado se verifica um grande avanço, considerando que todos esses governos que vieram das classes populares não fazem parte das elites tradicionais e, de alguma forma, procuram atender o direito dos pobres. Alguns têm coragem de fazer reformas de estrutura e implementar políticas emancipatórias. Outros, com mais medo dessas reformas, fazem reformas compensatórias.

Para que os governantes possam fazer reformas mais profundas dependem da pressão dos movimentos sociais populares. Frei Betto concluiu dizendo que é muito importante voltar ao trabalho de base e ao fortalecimento dos movimentos populares pelo método de Paulo Freire.

Dirceu Benincá – Revista Missões

Carlos Alberto Libânio Christo O.P., conhecido como Frei Betto, (Belo Horizonte, 25 de agosto de 1944) é um escritor e religioso dominicano brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Stella Libânio.

Professou na Ordem Dominicana, em 10 de fevereiro de 1966, em São Paulo.

Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Além de amigo pessoal de Luís Inácio Lula da Silva e de Leonardo Boff, é padrinho da filha de Chico Buarque e do filho do deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT.

Esteve preso por duas vezes sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias; e entre 1969-1973. Após cumprir 4 anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo STF para 2 anos. Sua experiência na prisão está relatada no livro Batismo de Sangue, traduzido na França e na Itália. O livro descreve os bastidores do regime militar, a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, a morte de Carlos Marighella e as torturas sofridas por Frei Tito. O livro foi transposto para o cinema em filme homônimo, lançado em 2006 e dirigido por Helvecio Ratton.

Recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares. Assessorou vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.

Prêmios
Prêmio Juca Pato, 1985, com "Batismo de Sangue".
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, duas vezes: em 1982, pelo mesmo "Batismo de Sangue" e 2005, com "Típicos Tipos – perfis literários".
Intelectual do Ano, título dado pela União Brasileira de Escritores em 1986, por seu livro "Fidel e a Religião".
Prêmio de Direitos Humanos da Fundação Bruno Kreisky, em Viena, em 1987.
Melhor Obra Infanto-Juvenil, da Associação Paulista de Críticos de Arte, por seu livro "A noite em que Jesus nasceu", em 1988.
Troféu Sucesso Mineiro, em 1996, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Prêmio Paolo E. Borsellino, na Itália, por seu trabalho em prol dos direitos humanos. Foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, concedido em maio de 1998.
Prêmio CREA/RJ de Meio Ambiente, em 1998, do CREA/RJ.
Medalha Chico Mendes de Resistência, concedida pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro em 1998.
Troféu Paulo Freire de Compromisso Social em 2000.
Medalha da Solidariedade do governo cubano, em 2000.
Uma das 13 Personalidades Cidadania 2005, numa iniciativa da UNESCO, Associação Brasileira de Imprensa e jornal Folha Dirigida.
Medalha do Mérito Dom Helder Câmara do Instituto Cidadão, pelos serviços prestados na preservação e fiscalização da gestão pública moral e legal, em 2006.
Título de Cidadão Honorário de Brasília, em 2007, concedido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.

A cor como elemento de expressão do Carnaval


Maior espetáculo do planeta. Exageros à parte, é assim que é conhecido o Carnaval brasileiro, que tem nessa festa popular, de norte a sul e de leste a oeste do país, uma das maiores manifestações da criatividade, alegria e descontração de nosso povo.

O Carnaval não nasceu no Brasil, mas encontrou aqui as condições ideais para sua exaltação. O evento é a maior manifestação de cultura popular, ao lado do futebol. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que envolve arte e folclore. Na sua origem, surge basicamente como uma festa de rua.

A forma de comemorar pode variar de região para região - através das escolas de samba no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras cidades, dos trios elétricos na Bahia, do frevo de rua em Pernambuco - mas, em todas as manifestações, um elemento comum se faz presente com um detalhamento minucioso: a cor.

Para o carnavalesco da Escola de Samba Rosas de Ouro, de São Paulo, Raul Diniz, não dá para imaginar o Carnaval sem o colorido de suas alegorias. Ele explica que a cor é um assunto tão sério para as escolas de samba que a sua identidade começa pela definição das cores com que as agremiações são conhecidas: verde e rosa, da Mangueira; verde e branco, da Imperatriz Leopoldinense; preto e branco, da Gaviões da Fiel; rosa, azul e branco, da Rosas de Ouro, e assim por diante.

Diniz observa que até há pouco tempo o planejamento visual dos desfiles das escolas de samba era rigoroso e, além das cores oficiais das escolas nas alegorias para os desfiles na avenida, somente permitia a utilização do prata e do ouro, tonalidades consideradas neutras.

Outro fato que dá a idéia da importância da cor num desfile de Carnaval, segundo o carnavalesco da Rosas de Ouro, é que a escolha do tema e o planejamento visual do desfile ocorrem muito antes da realização de concursos para a escolha da música que vai enriquecer o enredo.

Diniz, que diz ter o maior número de vitórias no Carnaval paulista, informa que costuma apresentar projetos detalhados para a diretoria da escola de samba e para seus componentes, explicando com minúcias a sua criação. "Se o pessoal não comprar a idéia, não há como levá-la adiante", assinala Diniz.

O carnavalesco explica que o pessoal mais simples das escolas de samba é que acaba sendo mais rigoroso quanto aos aspectos visuais das fantasias, alegorias e adereços. Segundo ele, as pessoas de uma categoria mais elevada, de uma maneira geral, participam dos desfiles por diversão, enquanto a base das escolas quer aparecer bonita e elegante na passarela.

Laboratório de cores

Raul Diniz também considera o Carnaval um laboratório de cores e de produtos que lhe dão forma. Embora o Carnaval tenha evoluído e muitas escolas atuem quase como empresas, segundo ele a maioria delas trabalha com recursos reduzidos e o pessoal, que é a razão dessas entidades, não pode suportar os custos de projetos dispendiosos.

O caminho seguido então é trabalhar com material alternativo e sobras industriais que permitam materializar, com todo o seu colorido, o tema a ser levado para a passarela.

Arlequins, Pierrôs e Colombinas: o Carnaval começou com eles

A origem do Carnaval vem de uma manifestação popular anterior à era Cristã, tendo se iniciado na Itália com o nome de Saturnálias - festa em homenagem a Saturno. As divindades da mitologia greco-romana Baco e Momo dividiam as honras nos festejos, que aconteciam nos meses de novembro e dezembro.

Durante as comemorações em Roma, acontecia uma aparente quebra de hierarquia da sociedade, já que escravos, filósofos e tribunos misturavam-se em praça pública. Com a expansão do Império Romano, as festas tornaram-se mais animadas e freqüentes. Na época ocorriam verdadeiros bacanais.

No início da era Cristã começaram a surgir os primeiros sinais de censura aos festejos mundanos, na medida em que a Igreja Católica se solidificava. Querendo impor uma política de austeridade, a igreja determinava que esses festejos só deveriam ser realizados antes da Quaresma.

Desde os primeiros tempos, Pierrô, Arlequim e Colombina são personagens centrais do Carnaval. Os trajes multicoloridos destas figuras deram origem às fantasias contemporâneas e são um dos ingredientes da alegria dessa festa popular. Conheça, a seguir, um pouco desses personagens.

Arlequim: personagem da antiga comédia italiana (commedia dell'arte) de traje multicolor, feito em geral de losangos, que tinha a função de divertir o público nos intervalos, com chistes e bufonadas. Foi posteriormente incorporado como um dos personagens nas peripécias das comédias, transformando-se numa de suas mais importantes personagens. Amante da Colombina. Farsante, truão, fanfarrão, brigão, amante, cínico.

Colombina: principal personagem feminina da commedia dell'arte, amante do Arlequim e companheira do Pierrô. Namoradeira, alegre, fútil, bela, esperta, sedutora e volúvel. Vestia-se de seda ou cetim branco, saia curta e usava um bonezinho.

Pierrô: Personagem também originário da commédia dell'arte, ingênuo e sentimental. Usava como indumentária calça e casaco muito amplos, ornada com pompons e de grande gola franzida.

Um festival de brilho, cores e criatividade
Lembra quando para brincar o carnaval era suficiente uma fantasia costurada pela sua avó, um grupo de amigos e um refrão do tipo "Mamãe, eu quero!" pra sair pelas ruas? É, faz tempo... Hoje o carnaval envolve rios de dinheiro, publicidade, competição. As Escolas de Samba estão cada vez mais profissionalizadas e o que era folclore popular virou um grande negócio. Ainda assim, o espaço para a arte sobrevive: são artistas plásticos, pintores, músicos e compositores trabalhando meses a fio para apresentar no final de fevereiro suas escolas coloridas, belas e contagiantes.

E como criar a harmonia entre a imensa variedade de cores que compõe um desfile de carnaval sem se perder na mistura das cores? Para desvendar esta questão a equipe de reportagem do MundoCor falou com quem realmente entende do assunto: Joãosinho Trinta, o maior carnavalesco do Brasil. Comandando a equipe de arte da Escola de Samba Acadêmica do Grande Rio, em Caxias, Rio de Janeiro, o carnavalesco diz não haver segredo para harmonizar as cores num desfile. "A única regra chama-se bom gosto", afirma.

Para Joãosinho Trinta, quem tem mau gosto nunca saberá combinar cores. Joãosinho só atenta para um detalhe: respeitar as cores da escola. Por isso, na Grande Rio, o verde, o vermelho e o branco merecem destaque sempre. Porém, esta determinação não restringe o uso de outras cores. "Existe a liberdade de usar toda gama de cores", fala Joãosinho. Tudo depende do enredo, da história que a Escola quer contar.

Quem também vai dar destaque para o vermelho, o verde e o branco é a X-9 Paulistana, localizada no bairro da Parada Inglesa, em São Paulo. Mas o carnavalesco da escola, Lucas Pinto, não acredita que haja algum tipo de regra na utilização das cores. "Não usamos no desfile só as cores da escola. Isso é coisa do passado", diz Lucas. Para ele, é importante que se sintonize a cor da Escola em alguns momentos para que ela não fique totalmente descaracterizada, mas diz não haver esta obrigatoriedade.

O enredo da X-9 este ano, "Estive aqui e lembrei-me de você. Me leva, Brasil" fala de arte popular, de artesanato, de souvenires. O que, de acordo com Lucas, já é algo muito colorido pela própria miscigenação dos artesãos. "O Brasil é um país colorido: temos o negro, o branco, o índio e, a partir daí, as várias outras raças". É esta pluralidade étnica e cultural que vai estar relacionada o tempo todo com a variedade de cores que a escola apresentará. "O Brasil é uma colcha de retalhos de culturas", conclui o carnavalesco.

O fato de o enredo abranger todas as regiões do país também influenciou no colorido da escola este ano. A representatividade das cores vai estar atrelada ao clima de cada região. "O Nordeste é quente, o Sul é mais frio," o que determina, assim, a escolha das diferentes tonalidades. Lucas acredita que a harmonia das cores se aprende olhando para a natureza: "É meio que uma compilação do Criador".

Quanto à parte mais técnica da arte, Lucas diz só se preocupar com a textura das tintas. Nos carros alegóricos usam-se tintas acrílicas, vernizes e poliuretanos, tudo com textura de qualidade. Para ele, trabalhando com uma tinta mais grossa, tem-se um maior preenchimento, pois ela encorpa o material. O uso de tintas fluorescentes também contribui muito para um visual mais vibrante e chamativo. E o resultado final a gente confere pela telinha ou mesmo no sambódromo: um carnaval cheio de cores e muita vida!

Tratado de Ontologia das Cores


segunda edição chega ao mercado
A segunda edição do Tratado de Ontologia das Cores, livro escrito pelo professor Osny Ramos, após de 22 anos de pesquisas e com aval de cientistas russos e alemães, já se encontra nas livrarias. A obra é adotada como material de referência em vários cursos de escolas superiores, empresas e programas de saúde que desejam aprofundar o estudo da Psicodinâmica das Cores.

Na introdução do livro, o autor lembra o filósofo Platão, para quem as palavras sempre atrapalham quando temos algo importante para dizer. Sobre as cores, ele diz que está convicto de que tem algo importante a dizer, mas assinala que é sempre temerária a tarefa intelectual de falar sobre o tema.

O Tratado de Ontologia das Cores mostra que as cores exprimem processos da natureza e se propõe a explicar o papel da mística na divulgação do tema, o seu caráter filosófico e o que é Psicodinâmica das Cores, além de informar sobre o uso das cores no mundo.

As cores básicas como branco, preto, vermelho, verde e azul são tratadas com mais profundidade, revelando a sua influência na construção do clima de paz e harmonia nos ambientes e ainda a relação das cores com o espiritual e o divino.

Veja a algumas considerações pinçadas do livro do professor Osny Ramos:

Sobre a percepção cromática

Percepção visual: a mais intelectual das percepções, a que mais contribui para a estruturação do psiquismo humano. Goethe dizia que o espírito humano tem predileção por cores. Cores distintas proporcionam estados de ânimo específicos. É pelos olhos que interpretamos o mundo e decodificamos a realidade. É pela visão que as coisas vêm à existência; existir, é ser percebido. O inteligir é sempre ato segundo, depois do ato de ver - nosso psiquismo é fundamentalmente feito com a massa das percepções visuais que temos do mundo exterior. Bem ou mal, as percepções nos afetam e freqüentemente contribuem para determinar o nosso estado de ser.

Milhares de pessoas, no mundo inteiro, experimentam diariamente, em maior ou menor grau, os efeitos produzidos pelas percepções de seu ambiente. Esses efeitos podem se refletir nos acidentes de trabalho e de trânsito, podem ser causas de úlceras e hipertensão; repercutem nos conflitos, contribuem para o aumento ou diminuição da produtividade e qualidade intelectual; produzem irritabilidade, tensões e mau humor e infernizam os relacionamentos. Não existe um ser humano sem percepção visual do mundo.

Sobre o espectro das cores

Branco
Totalidade - Unidade
Paz - harmonia
Pureza essencial
O Ser, o Absoluto, o Uno

Preto
Ausência de exterioridade
Introspecção e expectação
Virtualidade e antecipação
Medo expectante
Esvaziamento de conteúdo psíquico

Vermelho
Corporeidade material
Expansão e movimento
Indiscrição e extroversão
Materialidade
Apetite e instinto
Belingerância e força

Amarelo
Psiquismo cósmico
Inteligência da seleção natural
Sabedoria natural
Identidade

Amarelo Ocre
Força psíquica
Poder da vontade
Poder de memória

Cinza
Diminuição do ser
Depressão

Lavanda
Universo pré-cósmico
Exterioridade ontológica

Rosa
Princípio de atração
Amor cósmico
Sensibilidade
Feminilidade
Submissão
Delicadeza e ternura

Púrpura
Gestação da matéria
Imanência
Tensão entre o sagrado e o profano
Limite dos prazeres

Magenta
Princípio de afinidade cósmica
Essência das coisas
Tradição e ortodoxia
Orgulho e opulência

Salmão
Fraqueza essencial
Medo dos confrontos
A alma fraca do salmão

Laranja
Desejo - alegria - prazer – otimismo
Extroversão e simpatia
Compulsão consumista

Marrom
Densidade e solidez
Sustentabilidade cósmica - lugar do “embaixo”
Bloqueador psíquico

Âmbar
Falsa aparência
Sincretismo e alienação

Branco Gelo
Debilidade do ser - um caso de paralisia do ser
Falsa realidade - invertendo hábitos
Anulação da auto-estima

Verde
Lugar cósmico da vida
Eubiose e harmonia biocósmica
Focalizador da percepção visual
Esperança
Generalidade e discrição

Verde Limão
Inteligibilidade biológica
Imaginário cósmico
Terapêutica natural

Verde Musgo
Vida primitiva
Detetor de substâncias tóxicas
Vida uterina

Água-Marinha
Limiar da pré-humanidade
Vida em transformação e mudança
Poder de aprendizagem e transformação
Desejo de falar

Azul
Espiritual humano
O inteligível, o abstrato, o não-físico
Intelecção e racionalidade - conhecimento - O homem pensa azul

Azul Celeste
Consciência cósmica
Totalidade holística
Solidariedade e fraternidade cósmicas
Espiritualidade infantil
Realismo cósmico

Turquesa
Curiosidade intelectual - intelectualidade infantil
Credulidade - desejo de realização espiritual
Movimento e ação espiritual

Índigo
Interioridade intelectual
Intelecção profunda
Intolerância intelectual

Violeta
Espiritual divino
Conhecimento intuitivo
Poder de meditação e contemplação
Poder de elevação espiritual

Lilás
Consciência do ser

Tratado de Ontologia das Cores - Autor: Osny Ramos - Publicação: Jomar Editora.

Mais dados sobre o livro e o autor no site da editora: www.jomareditora.com.br.
Clique para saber mais sobre as cores:
branco / preto / vermelho / amarelo / verde / azul / violeta

A Cor no Processo Criativo


A Cor no Processo Criativo é o título do livro da arquiteta e urbanista Lilian Ried Miller Barros, lançado pela Editora Senac São Paulo. Fruto de uma tese de mestrado desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), o livro faz uma análise sobre a Bauhaus – escola alemã de design e uma das mais respeitadas no mundo, que revolucionou o ensino das artes.

No livro, a autora assinala que a cor é um fenômeno que exerce fascínio e desperta interesse, atração e deslumbramento nas pessoas. Quem trabalha com fotografia, arte, cenografia ou qualquer área da comunicação visual conhece a sua importância no processo de criação.

Para mostrar que o estudo das cores vai além das abordagens intuitivas ou místicas que normalmente encontramos nas livrarias, Lilian Ried Miller Barros escreveu um livro que enfoca a percepção visual e a interpretação criativa, fazendo uma análise das teorias da cor na Bauhaus e da doutrina de Goethe. A pesquisa, inédita no Brasil, também demonstra a influência dos sentimentos humanos na escolha dos tons e combinações.

A autora reúne o pensamento de artistas que contribuíram com visões inovadoras ao ensino da cor na Bauhaus como Paul Klee, Josef Albers, Johannes Itten e Wassily Kandinsky, mostrando suas reflexões e teorias da criação, que entendem as formas e as cores como símbolos universais de comunicação.

Os mestres da Bauhaus uniram os estudos da percepção visual das cores às questões subjetivas, que mais tarde seriam exploradas pela psicologia, e desenvolveram em seus cursos técnicas de libertação criativa. Para facilitar a assimilação das suas teorias, o livro é repleto de ilustrações, muitas delas inéditas.

A obra também aborda a questão fisiológica da percepção das cores, ou seja, como o nosso órgão visual capta os sinais luminosos e distingue as cores. Segundo a autora, a sensação visual da cor é o resultado de diversos fatores, desde as compensações dos contrastes que já ocorrem na própria retina até as suas relações com as formas e com as nossas associações psicológicas.

Completando, no último capítulo, o livro investiga a Doutrina das Cores, de Johann Wolfgang Von Goethe, que abriu as portas para o conhecimento das cores no século 19 e serviu como base para os mestres da Bauhaus e outros estudos que se seguiram. Goethe foi o primeiro a entender as cores como um fenômeno fisiológico e psicológico e não apenas físico como proposto anteriormente por Isaac Newton.

“Toda essa pesquisa sobre a Bauhaus e a doutrina de Goethe nos faz entender a amplitude de possibilidades interativas das cores e a necessidade de pensar formas e contrastes em conjunto. Nos faz descartar a idéia de receitas prontas de harmonia cromática e nos encoraja a explorar as cores de forma mais abrangente e criativa”, afirma a arquiteta.

Sobre a autora

Lilian Ried Miller Barros é arquiteta e urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Dedica-se a pesquisa acadêmica desde 1996. No início de sua carreira profissional, voltou-se para o projeto de edificações e design de interiores. Hoje, divide suas atividades entre o design gráfico digital, a pintura, a consultoria em cores e a educação.

Recentemente fundou o Universo da Cor – Centro de Estudos e Pesquisas sobre Cores (www.universodacor.com.br), em São Paulo, onde ministra seus cursos e onde o livro pode ser adquirido.

Serviço:
Titulo: A Cor no Processo Criativo
Autora: Lilian Ried Miller Barros
Editora: Senac São Paulo
Preço sugerido: R$ 70,00
Número de Páginas: 356

O Canto encantado

Aguardando o solstício de 21dez12