segunda-feira, 19 de março de 2012

Pixinguinha - Sax Brasil (imagens: Alfabeto com o Corpo)

Alfredo da Rocha Viana nasceu a 23abr1897, no Rio de Janeiro e cresceu ouvindo em casa a boa música dos chorões. Conhecida como "Pensão Viana", sua casa era freqüentada por músicos e foi neste ambiente que cresceu, ouvindo samba e choro a noite toda e tentando dedilhar as músicas em sua flauta de lata. Aos 14 anos já começava a fazer parte do cenário musical do Rio, e via seu nome aparecer na imprensa de diversas maneiras: Pexeguim, Bexiguinha, Peixeiguinha, Pechinguinha, Pizindim.... Por fim, Pixinguinha era a contração de Pizindim (menino bom, em dialeto africano) com Bexiguinha (apelido que ganhou por ter contraído varíola). Já se via a sofisticação de suas composições desde o início, com a valsa "Rosa" e o tango "Sofres Porque Queres".

Aos 22 anos, Pixinguinha forma o grupo Os Oito Batutas, a convite de Isaac Frankel. Os Oito Batutas tocavam na sala de espera do Cine Palais, e faziam mais sucesso que os próprios filmes; participaram da Semana de Arte Moderna de 22, foram para Paris, onde davam mais vida à Belle Époque parisiense ao lado de jazz bands americanas e orquestras caribenhas. Posteriormente, em Buenos Aires, gravaram diversos discos na Victor, com sucesso de público e de crítica. Embora os argentinos não entendessem o que era aquela música, se encantavam com Pixinguinha.

Nesta época, Pixinguinha já era visto como gênio, enquanto desenhava a fisionomia do que hoje conhecemos como choro, com a graça, o ritmo e o hábito do improviso. Buscando encontrar uma linguagem de orquestra tipicamente nacional, Pixinguinha muito pesquisou e realizou experiências com resultados surpreendentes.

No período entre 1928 e 1932, o mestre se desenvolveu como arranjador e orquestrador, organizando diversas orquestras e em algumas, dividindo os arranjos com o maestro Radamés Gnattali. Na década de 40 Pixinguinha deixou a flauta para dedicar-se ao sax tenor, compondo em parceria com o flautista Benedito Lacerda.

Vale ainda dizer que Pixinguinha agradou todos os níveis sociais, numa época em que o preconceito racial ainda imperava, os negros não eram aceitos em qualquer lugar e também o preconceito contra o popular ainda assolava a criação e o desenvolvimento da música popular brasileira. Assim, acabou conquistando grandes intelectuais do período, como o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, o sociólogo Gilberto Freyre, o jornalista Prudente de Moraes Neto, o compositor erudito Heitor Villa-Lobos e o escritor e ensaísta Mário de Andrade, entre outros.

Considerado um dos maiores gênios da música popular brasileira e mundial, Pixinguinha morreu em 17 de fevereiro de 1973. Atuando como compositor, instrumentista e arranjador, a originalidade de Pixinguinha transformou a música brasileira e abriu novos caminhos para o desenvolvimento, o conhecimento e a divulgação da música popular em todos os meios sociais.



























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