domingo, 18 de março de 2012

John Coltrane - O Mestre do Sax (1926 - 1967) / História e compreensão da música

John Coltrane é o saxtenorista mais cultuado do jazz. Nascido em Hamlet, Carolina do Norte, e neto de um pastor evangélico, John William Coltrane cresceu em High Point e em New Jersey. Começou a carreira tocando em big bands, após a Segunda Guerra. De 1955 a 1960 fez parte do histórico quinteto-sexteto de Miles Davis, tendo participado de discos memoráveis como Cookin', Relaxin', Steamin', Workin', Milestones e Kind of Blue.

Essa foi a sua primeira grande fase, musicalmente falando, embora tenha sido um período difícil em sua vida pessoal, devido a um vício em heroína adquirido no final dos anos 40. (Esse problema foi o motivo de Miles o demitir e recontratar duas vezes, em 1956 e 1957.) Enquanto estava com Davis, também fez várias gravações como sideman, e em 1957 fez sua primeira gravação como líder.

Em 1960, após deixar o conjunto de Miles, Coltrane iniciou uma nova fase, liderando um quarteto com McCoy Tyner ao piano, Jimmy Garrison ao contrabaixo e Elvin Jones à bateria, e iniciou uma ousada e inédita exploração do espaço sonoro jazzístico. Coltrane desenvolveu um estilo absolutamente próprio, onde predominavam as chamadas sheets of sound (folhas ou camadas de som), que se compunham de longas frases de notas rápidas tocadas em legato. Coltrane embarca numa redicalização da harmonia que o leva à beira do atonalidade. Também fragmenta e desconstrói os temas, deixando-os quase irreconhecíveis sob um congestionamento de frases torturadas. A produção do quarteto de Coltrane entre 1960 e 1965 é um marco na história do jazz, comparável ao quinteto de Miles. As várias, longuíssimas e impressionantes versões de Coltrane para My Favorite Things, valsa aparentemente banal de Rodgers e Hammerstein, são antológicas. Em 1965 o quarteto cria aquela que é unanimemente considerada sua obra-prima, a suíte em quatro movimentos A Love Supreme.

Embora vindo do hard bop, o Coltrane de 1955 a 1965 já podia ser considerado em certo sentido um precursor do free jazz. Porém em 1965 sua ligação com a vanguarda se torna ainda mais direta, quando se une a músicos free como o baterista Rashied Ali, os saxtenoristas Archie Shepp e Pharoah Sanders, entre outros. Sua mulher, a pianista Alice Coltrane, também o acompanha nessa nova, arrojada e curta fase. O disco Ascension é uma obra-prima desse período, já desvinculado da harmonia tonal. Bastante religioso, Coltrane imprimiu às suas obras de 1965-1967 um forte conteúdo religioso e místico. Morreu repentina e prematuramente, em 1967, aos 40 anos, de câncer no fígado. Após sua morte, uma grande quantidade de gravações inéditas foi sendo localizada e lançada, permitindo ao público avaliar melhor o quão monumental é sua obra.

Sobre Coltrane, escreve o crítico André Francis: "Não poucos medíocres julgaram poder imitar Coltrane. Ora, tocar como ele exige uma fé enorme. Coltrane era puro, generoso, gostava do mundo; seu rosto espelhava calma e franca formosura. Os que o imitam não passam de aproveitadores. (...) Em tudo a vida de John Coltrane é exemplar. Nenhum escândalo, nenhuma fraqueza, quase nenhuma anedota frívola: música, isso sim, acima de tudo. (...) Muitos há que tocam e agem como ele (...) Mas falta-lhes a mesma fé." Dificilmente se poderia acrescentar algo a tais palavras.
V.A. Bezerra, 2001

Música clássica ou música erudita (do latim, eruditus, "educado" ou "instruído") é um termo amplo utilizado costumeiramente para se referir à música academicamente estudada, em sua forma, estilo e analisada dentro das tradições, seguindo cânones preestabelecidos no decorrer da história da música; produzida (ou baseada) nas tradições da música secular e litúrgica ocidental, englobando um período amplo que vai, aproximadamente, do século IX até a atualidade.

Naima - 1965

As normas centrais desta tradição foram codificadas entre 1550 e 1900, o chamado período de prática comum. Oposto aos termos: "música popular", música folclórica ou música oriental, o termo música clássica abrange uma série de estilos musicais, desde intricadas técnicas composicionais (como a fuga)até simples entretenimento (operetas). O termo "música clássica" só apareceu no início do século XIX, numa tentativa de se "canonizar" o período que vai de Bach até Beethoven como uma era de ouro. Na língua inglesa, a primeira referência ao termo foi registrada pelo Oxford English Dictionary, em cerca de 1836. Hoje em dia, o termo aplica-se aos dois usos: "música clássica" no sentido que alude à música escrita "modelar," "exemplar," ou seja, "de mais alta qualidade"; o termo é aplicado a "música erudita" (ou "música séria") em geral. E, "música clássica" que aplica-se a música do Período Clássico do Século XVIII e parte do Século XIX.
A Love Supreme - 1965

A música clássica européia se diferencia de tantas outras formas de música não-européias ou popular pelo seu sistema de notação em partituras, em uso desde o século XVI. O sistema ocidental de partituras é utilizado pelos compositores para prescrever, a quem executa a obra, a altura, a velocidade, a métrica, o ritmo e a exata maneira de se executar uma peça musical. Isto deixa menos espaço para práticas como a improvisação e a ornamentação ad libitum, que são ouvidas frequentemente em músicas não-européias (ver Música clássica da Índia e música tradicional japonesa) e populares.
Every Time We Say Goodbye - 1961

A música erudita começou por se afirmar em relação à música popular por ter a característica de ser escrita, utilizando Notações musicais, enquanto que a música popular era transmitida oralmente, de raiz, nada obstando a que essa fosse, posteriormente, transcrita para notação musical. O termo música clássica é um termo comum para a música artística de todos os períodos esta no sentido de ser complexamente trabalhada. Ela é, em geral, característica na tradição do repertório de grandes mestres da Música, especialmente aqueles que se formaram no Século XIX, incluindo até os trabalhos menores e de menos importância destes autores, mas que são dos mesmos estilos dentre óperas; oratórios, sinfonias, sonatas, quarteto de cordas, e canções artísticas, ou outra música do mesmo nível de habilidade musical necessária para executar estas obras e composta com material relevantemente inédito para o estudo de Música e intencionada como parte da mesma tradição.
Impressions - 1961

A instrumentação na música clássica varia de acordo com o período da obra em questão, desde um instrumento solo, como exemplo, uma Sonata para violoncelo solo, ou uma sinfonia arranjada para uma orquestra sinfônica completa e coral. Já no Século XX, a música clássica (o termo "música séria" até que casa melhor aqui) modificou-se tremendamente, principalmente em obras no estilo de música aleatória ou em Musique concrète quais levantam questões em círculos acadêmicos do tipo: "o que é Música"?
I Want To Talk About You - 1962

Para nós, hoje acostumados com uma atmosfera solene e silenciosa nos concertos, é difícil acreditar que nos teatros italianos dos séculos XVII e XVIII, a platéia assistia às óperas e concertos em verdadeiro caos, conversando, se provocando e até mesmo jantando durante as apresentações!
It's easy to remember

Toda a confusão apenas parava quando o grande solista da noite se apresentava, como, na época dos Castrati, acontecia quando um grande nome como Cafarelli ou Farinelli apresentava uma de suas grandes árias do repertório. Outra característica do público erudito é a exigência que se tem com relação aos intérpretes - podendo ser até vaiados em apresentações - mas também a devoção que demonstram àqueles que não carecem de qualidade - numerosos são os "Bravíssimos!" a estes artistas. A atmosfera do concerto sempre estará intimamente ligada à natureza da música apresentada - talvez seja leve como uma comédia de Rossini ou tensa como as aventuras do Peer Gynt de Edward Grieg. O público erudito, como qualquer público de qualquer estilo de música, liga muito seus sentimentos àquilo que escuta. Hoje também se tem um contato menos frio do artista-público. Hoje é comum o maestro ou o solista se dirigirem à sua platéia, do mesmo jeito que perdeu-se o costume de usar traje social nestes concertos - estas atitudes tem, como principal objetivo, fazer com que a população toda volte a ter mais contato com a música erudita e perca o preconceito de que a música erudita seja "chata" ou para ricos. E cada vez mais freqüentemente, surgem os espetáculos que pretendem desmitificar esse lado "esnobe". Os concertos Promenade, na Inglaterra; a Folle Journée na França (em Nantes); a "Festa da Música" em Portugal, no Centro Cultural de Belém, são iniciativas que marcam a democratização de um gênero musical que faz, sem dúvida, parte do patrimônio cultural da humanidade.
I Wish I Knew

A transmissão escrita, juntamente com o profundo respeito guardado às obras clássicas, têm implicações relevantes na interpretação musical. Espera-se, de uma forma razoável, que os intérpretes executem a obra de acordo com as intenções originais do compositor. Intenções essas que, geralmente, estão explicitadas nos mais pormenorizados detalhes, na própria partitura. De fato, qualquer desvio àquela que é considerada a intenção original do compositor pode ser considerada, por determinado grupo de melómanos mais conservadores, como uma traição à pureza de uma obra de arte que deve ser respeitada a todo o custo. A este nível encontramos os intérpretes e maestros mais "técnicos", que se "limitam" a executar escrupulosamente as indicações da partitura. Como quase tudo o que envolve o gosto estético, há quem concorde e quem discorde. Um exemplo de maestro que defendia esse gênero de execução das obras musicais foi Arturo Toscanini, muitas vezes apelidado de "frio" por alguns ouvintes que preferem as interpretações mais pessoais, que acrescentam algo à obra original. O pianista Glenn Gould é um exemplo claro do intérprete-autor, que, por uma nova abordagem das obras eruditas, acabou por contribuir com a sua capacidade e maestria musical para a criação de algo novo, mas desviante dos padrões tradicionais. Acontece, porém, que assim como há compositores que felicitam os intérpretes por melhorarem as suas criações, para lá do que para eles era imaginável, outros, como Maurice Ravel, quando ouviu, em 1930, a condução do seu "Bolero" por Toscanini, ficam agastados. Ravel terá dito a Toscanini, que foi antes mencionado como exemplo do maestro perfeccionista, que o que ouvira era interessante... Mas não era o seu Bolero. Toscanini havia acelerado os tempos, especialmente no final, o que ia totalmente contra as intenções de Ravel. Esse respeito quase religioso às intenções originais do compositor levaram mesmo à criação de peças musicais que quase parecem, ou são mesmo, reflexões sobre o poder do compositor sobre os intérpretes - as mais extravagantes exigências de alguns autores são respeitadas. No entanto, é certo que o intérprete tem uma importância extrema na música erudita - ou como um transmissor fiel da partitura ou como um segundo autor da obra - mesmo que pouco ou nada saibam, formalmente, sobre composição. Alguns teóricos, como Umberto Eco no seu ensaio "A Obra Aberta" (Opera aperta), chamam a atenção para a irrepetibilidade de qualquer execução musical. Mesmo os mais fiéis executores da composição não tocam o mesmo trecho, da mesma forma, duas vezes, o que leva à apologia da recriação do reportório erudito e da improvisação, para a qual a música erudita contemporânea continua pouco sensível, ao contrário de certos gêneros como o jazz no qual a improvisação tem lugar central.
While my lady sleeps

Durante a época barroca, a improvisação era muito comum. Interpretações recentes das obras pertencentes a esse período pretendem fazer reviver a prática da improvisação, tal como era feita nessa fase da história da música. Durante o período clássico, Mozart e Beethoven improvisavam, por exemplo, as cadenzas dos seus concertos para piano, quando eram eles mesmos os solistas - dando menos liberdade se o pianista fosse qualquer outro; razão para dizer que não deixavam a sua reputação em mãos alheias. Outra polémica que costuma existir como consequência da veneração da obra original do compositor tem a ver com a utilização ou não de instrumentos da época da composição da obra, nas interpretações modernas das peças musicais mais antigas. Alguns intérpretes e condutores, como Jordi Savall, têm uma abordagem mais historicista: pretende-se tocar a obra nas mesmas condições em que foi criada, ainda que os instrumentos atuais sejam perfeitamente idóneos, ou superiores, em termos técnicos. Outros, como o já citado Glenn Gould, não se preocupam ao adaptar ou mesmo melhorar obras eruditas escritas para um instrumento, tocando-as noutro, mais moderno. Nesse último caso está a interpretação em piano de obras escritas para cravo, por Johann Sebastian Bach.
Russian Lullaby

Para melhor compreender e usufruir uma peça musical é conveniente saber situá-la no tempo. Mesmo quem não tem formação musical, com algumas audições, rapidamente saberá distinguir, grosso modo, as várias fases, épocas ou eras da história da música erudita ocidental:

Música medieval (antes do século XIII)
Música muito simples, dotada apenas de melodia e com ritmo irregular. Começou essensialmente monofônica, tornando-se polifônica apenas no fim do período. Relaciona-se com o movimento literário Trovadorismo.

Música Renascentista (século XIII)
Começa-se a repetição de melodias inteiras e surge a notação métrica, abandonando-se os ritmos medievais. Em substituição ao sistema modal surgem as tonalidades maiores e menores. Surge o cromatismo e aumenta-se o uso de instrumentação. um dos principais estilos da época foi o Madrigal.
Theme for Ernie

Barroco (primeiro período no século XVII; segundo período no século XVIII)
Uso do baixo contínuo, do contraponto e da harmonia tonal. Nesta época surgem os gêneros musicais puramente instrumentais como suíte e concerto. Surge também o virtuosismo, que explora ao máximo os talentos dos compositores em seus instrumentos. Nesta época aumenta-se a popularidade dos instrumentos de teclas, como o cravo.
Straight Street

Classicismo (primeiro período no século XVIII; ao primeiro período no século XIX).
É caracterizado pela claridade, simetria e equilíbrio. Seu período coincidiu com o Iluminismo, que enfatizava a razão e a lógica. Os cravos e outros instrumentos de teclas no Barroco são substituídos pelo piano. Como já foi dito, a "música clássica", propriamente dita, corresponde a um período da história da música, também referido como Classicismo vienense. Alguns autores preferem escrever, para evitar confusões, música Clássica (com o C maiúsculo) para referir-se a música Erudita composta no período do Classicismo.
Stardust (1958)link / Feeling Good

Romantismo (primeiro e segundo períodos no século XIX)
Diferente do Classicismo, o Romantismo é mais flexível quanto às formas musicais, focando mais o sentimento que a precisão. A mudança de tom acontecia de maneira mais brusca que anteriormente, e as modulações ocorriam entre tons cada vez mais distantes; atenção maior à melodia e ao ritmo.
Seraphic Light

Impressionismo (século XIX)
Expressionismo (século XX)
Modernismo (século XX)
Sun Star

Representa a crise nos valores do Classicismo; enquanto alguns autores consideram que representa uma progressão (continuação) do estilo de século XIX, outros consideram que foi a completa negação do método de composição clássico.
Sun Ship

Vanguardismo (século XX)

A relação entre a música erudita e a música popular é uma questão polêmica (principalmente o valor estético de cada uma). Os adeptos da música erudita reclamam que este gênero constitui arte (e, por isso é menos vulgarizada) enquanto que a música popular é mero entretenimento (o que implica um público mais numeroso). Contudo, muitas peças musicais da chamada música pop, do rock ou outro gênero denominado "ligeiro" são, reconhecidamente, peças de elevado valor artístico (e, curiosamente, chamadas também de "clássicos", como a música dos Beatles, Genesis, de Jacques Brel, Edith Piaf e Billie Holiday, enquanto que algumas peças de música erudita se tornam datadas, consideradas de mau gosto (consoante as épocas, podendo mais tarde ser recuperadas, ou não) ou, mesmo, tornarem-se populares, ao serem incluídas em filmes ou anúncios publicitários, por exemplo. Quase toda a gente conhece e chega a trautear algumas melodias de música erudita, mesmo sem saber quem foi o compositor. É comum, por exemplo, associar árias de ópera com momentos desportivos (no futebol, por exemplo, em que a ária "Nessun dorma" da Turandot é explorada até à exaustão). Pode-se argumentar que a música erudita, em grande parte, mas nem sempre, tem como característica uma maior complexidade. Mais especificamente, a música erudita envolve um maior número de modulações (mudança da tónica), recorre menos à repetição de trechos substanciais da peça musical (na música popular o refrão é comum), além de recorrer a um uso mais vasto das frases musicais, que não são limitadas por uma extensão conveniente para a sua popularidade entre o público (ou seja, que permita à música "entrar no ouvido" ou seja, na memória). Na música erudita, o minimalismo vai contra estas tendências que se acabaram de aplicar. No entanto, é normal que a música erudita permita a execução de obras mais vastas em termos de duração (variando de meia hora a três horas), usualmente divididas em partes mais pequenas (os "movimentos"). Também aqui existem exceções: as miniaturas, as bagatelas e as canções (como as de Schubert). A música popular pode no entanto ser bastante complexa em diferentes dimensões. O jazz pode fazer uso de uma complexidade rítmica que não acontece numa larga maioria de obras clássicas. A música popular pode recorrer também a acordes complexos que destoariam (ou não, mas, em todo o caso são pouco usados) numa peça erudita. A verdade é que aquilo a que se chama de música erudita é um campo de uma vastidão enorme, difícil de espartilhar numa ou noutra regra. A escolha dos instrumentos utilizados para a execução das obras também pode diferir muito. Na música erudita se utilizam instrumentos acústicos, não elétricos, e que foram, na sua maioria, inventados antes de meados do século XIX, ou muito antes disso. Consistem, essencialmente, nos instrumentos que fazem parte de uma orquestra, em conjunto com alguns instrumentos solistas (o piano, a harpa, o órgão...).
The Father and the Son and the Holy Ghost Compassion 1/2

Na música popular (pelo menos na moderna), a guitarra elétrica tem um grande protagonismo, enquanto que quase não existe o seu uso por parte de compositores de música erudita, mesmo por parte dos compositores contemporâneos. Entretanto, os dois gêneros vão experimentando instrumentos eletrônicos e elétricos (como o sintetizador, a banda magnética...) bem como instrumentos de outras culturas até agora afastadas da tradição musical ocidental (como o conjunto de instrumentos de percussão orientais chamados de gamelan). Outra especulação interessante é saber se as peças de música popular continuarão a ser ouvidas, ao longo do tempo, permanecendo tanto quanto as peças de música erudita. Enquanto que estas permaneciam devido à sua natureza escrita, a música popular (bem como as interpretações individuais das obras clássicas) tem hoje à sua disposição os registros gravados em suporte de qualidade. Se é certo que algumas peças de música popular que eram sucessos enormes há poucos anos atrás já estão praticamente esquecidos, a verdade é que também muitas peças musicais ditas eruditas deixam de fazer parte do repertório das orquestras, reaparecendo pontualmente, quando algum intérprete as "descobre". Os adeptos da música erudita podem acreditar que o seu gênero tende mais para a intemporalidade. No entanto, muitos artistas populares poderão permanecer e ganhar o estatuto de músicos de culto. Ainda que quando alguém ouve música popular relativamente antiga (de algumas décadas atrás) se utilize mais a expressão "nostalgia" por algo passado, que não pertence ao presente; sentimento que raramente se encontra entre os adeptos da música erudita. Só o tempo poderá demonstrar qual a música que permanecerá. Erudita ou popular, a qualidade de cada uma estará sempre sujeita à avaliação subjectiva dos ouvintes do futuro.
Love

Ao longo da história da civilização ocidental, as famílias mais abastadas tinham frequentemente a preocupação de que os seus filhos fossem instruídos na música erudita desde cedo. Uma aprendizagem precoce de interpretação musical abre caminho a estudos mais sérios em idades mais avançadas. É quase impossível aprender a tocar, a um nível profissional, alguns instrumentos, como o violino, se não for desde tenra idade. Outros pais querem que os filhos aprendam música por razões de estatuto social (as meninas aprendiam a tocar piano, no século XIX - o que fazia, quase, parte do dote) ou para incutir auto-disciplina. Existem estudos que parecem comprovar uma melhoria no rendimento académico das crianças que aprendem música. Outros consideram que conhecer as grandes obras da música erudita é uma obrigação cultural, fazendo parte da chamada "cultura geral" mais ou menos elevada, mas geralmente valorizada em termos sociais. Diversos compositores eruditos apresentaram abordagens para a educação musical. O alemão Carl Orff propôs o instrumental Orff, um método para que crianças pudessem aprender música. Tal método usa formas rudimentares de atividades diárias para jovens, como cantar em grupo, praticar rimas e tocar instrumentos de percussão. É baseado amplamente na improvisação e em construções tonais originais para que a pessoa ganhe confiança e interesse no processo de pensar criativamente.
Lonnie's Lament


Equinox (Original)

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