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Após concluir os estudos na “Escola Primária do VII bairro vienense”, Klimt é admitido, aos 14 anos, na "Escola das Artes Decorativas", ligada ao "Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena", onde foi aluno de Michael Rieser, Ludwig Minnigerode e Karl Hrachowina. Klimt adquiriu a prática de desenho ornamental, além de cursos sobre a teoria de projeções, perspectiva, teoria do estilo e outros temas que acompanhavam as aulas práticas. Em seguida, frequentou a aula especializada de pintura de Ferdinand Laufberger e, após a morte deste (1881), a de Julius Vicktor Berger, ligado a Hans Makart. Dois dos irmãos de Klimt, Ernst e Georg, realizaram trabalhos para ele e também se formaram na Escola de Artes Decorativas. A formação na pintura e no desenho a partir do "original histórico" e dos "métodos de cópias naturalistas", constituíam, até então, a base do curso. O trabalho de admissão de Klimt na Escola de Artes Decorativas, foi um desenho, segundo um molde de gesso, de uma cabeça feminina da Antiguidade.
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Klimt foi o único aluno da Escola das Artes Decorativas, no século XIX, que conseguiu dar início a uma grande carreira artística, impulsionado pelos seus professores e pelo diretor do Museu, Rudolf von Eitelberger. Michael Rieser utilizou seus serviços, bem como o de Franz Matsch (1861-1942) e do seu irmão Ernst, para os vitrais da "Igreja Votiva" – o primeiro grande edifício da "era da Ringstraße". Klimt, Ernst e Matsch fundaram a Künstlercompagnie (Companhia dos Artistas), aproveitando-se do boom da construção. Através da empresa Fellner und Hellmer, especializada na construção de teatros, a Companhia dos Artistas conseguiu trabalhos. Mesmo depois de formados, Klimt, Ernst e Matsch, continuaram ligados à Escola. Uma carta dos três dirigida ao diretor do Museu (1884), reforça o desejo de serem contratados para grandes empreendimentos (demonstração de que Klimt tentou afirmar-se no mundo da arte historicista), principalmente na sua cidade natal: "(…) Os trabalhos que até agora realizamos foram… na sua maioria, para a província e o estrangeiro; o nosso maior desejo seria, por conseguinte, executar um trabalho importante na nossa cidade natal e teríamos talvez agora a oportunidade visto que as novas construções monumentais de Viena se aproximam do seu termo. De certo, a sua decoração pictórica vai ser exclusivamente atribuída segundo as partes mais importantes, ocupando, consequentemente, apenas os melhores artistas (…)".
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O desejo de trabalhar na Ringstraße foi realizado (1886-1888). A Companhia trabalhou em quadros de tetos das escadarias do Teatro Imperial. Na época, Klimt criou os quadros A Carroça de Téspis, O Teatro do Globo em Londres, O Altar de Dionísio, O Teatro de Taormina e O Altar de Vênus. A decoração das imponentes escadarias do Museu da História da Arte, estava destinada a Hans Makart. Com a sua morte, a Companhia dos Artistas foi contratada para a conclusão: pintura dos quadros dos cantos e dos intercolúnios (espaços de pintura entre as colunas).
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As duas obras – a segunda, inicialmente destinada a Hans Makart, deveria se manter fiel ao modelo histórico – confrontaram Klimt com o "optimismo e a crença no progresso da burguesia liberal". Klimt colaborou com a decoração do Teatro Imperial e, também sob encomenda, fez o seu retrato. Em 1887, a Companhia é contratada pela Câmara Municipal de Viena para pintar o interior do antigo Teatro Imperial. Ao final dos trabalhos, Klimt é premiado com a "Cruz de Mérito de Ouro" (1888), pelos seus trabalhos nas escadarias do Teatro Imperial. Foi um momento importante para Klimt. O quadro contribuiu para a obtenção do reconhecimento da sociedade vienense, sem, entretanto, seduzir Klimt a alinhar-se com a elite cultural que se intitulava, pouco antes da virada do século, como a verdadeira responsável pelo progresso material e cultural (Otimismo cultural da burguesia liberal).
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