segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Júlio Verne


Júlio Verne foi o filho mais velho dos cinco filhos de Pierre Verne, advogado (avoué), e Sophie Allote de la Fuÿe, esta de um família burguesa de Nantes. É considerado por críticos literários o precursor do gênero de ficção científica, tendo feito predições em seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.

Júlio Verne passou a infância com os pais e irmãos, na cidade francesa de Nantes e na casa de verão da família. A proximidade do porto e das docas constituíram provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com nove anos foi mandado para o colégio com seu irmão Paul.

Mais tarde, seu pai, com a esperança de que o filho seguisse sua carreira de advogado, enviou o jovem Júlio para Paris, a fim de estudar Direito. Ali começou a se interessar mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio financeiro, o que o levou a trabalhar como corretor de ações, o que teve como propósito lhe garantir alguma estabilidade financeira. Foi quando conheceu uma viúva com duas filhas chamada Honorine de Viane Morel, com quem se casou em 1857 e teve em 1861 um filho chamado Michel Jean Pierre Verne. Durante esse período conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.

A carreira literária de Júlio Verne começou a se destacar quando se associou a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, como Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.


Hetzel publicou a primeira grande novela de sucesso de Júlio Verne em 1862, o relato de viagem à África em balão, intitulado Cinco semanas em um balão. Essa história continha detalhes tão minuciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores se perguntavam se era ficção ou um relato verídico. Na verdade, Júlio Verne nunca havia estado em um balão ou viajado à África. Toda a informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.

Hetzel apresentou Verne a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea e balonismo, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Verne ao seu círculo de amigos cientistas, de cujas conversações o autor provavelmente tirou algumas de suas ideias.

O sucesso de Cinco semanas em um balão lhe rendeu fama e dinheiro. Sua produção literária seguia em ritmo acelerado. Quase todos os anos Hetzel publicava novo livro de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre eles se encontram: Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao centro da terra, A volta ao mundo em oitenta dias, Da terra à lua, Robur - o conquistador.

Seu último livro publicado foi Paris no século XX. Escrito em 1863, somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado por bisneto de Verne. Livro de conteúdo depressivo, foi rejeitado por Hetzel, que recomendou Verne a não publicá-lo na época, por fugir à fórmula de sucesso dos livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias. Verne seguiu seu conselho e guardou o manuscrito em um cofre, só sendo encontrado mais de um século depois.

Michel, seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do pai. Júlio Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, em uma viagem de instrução em um navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se corrigiu e acabou por casar com uma atriz, contra a vontade do pai, tendo com ela dois filhos.

Em 9 de Março de 1886, seu sobrinho Gaston deu dois tiros contra o autor, quando este chegava em casa na cidade de Amiens. Um dos tiros o atingiu no ombro e demorou a cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19 anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado, mas ele foi considerado louco e internado em um manicômio até o final da vida. Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade.

Neste mesmo ano, morria o editor Pierre Hetzel, grande amigo de Júlio Verne, facto que o deixou muito abalado. Nos últimos anos, Verne escreveu muitos livros sobre o uso erróneo da tecnologia e os seus impactos ambientais, sua principal preocupação naquela época. Continuou sua obra até a sua morte em 24 de Março de 1905. O seu filho Michel editou seus trabalhos incompletos e escreveu ele mesmo alguns capítulos que estavam faltando, quando da morte do pai.

Le tour du monde en quatre-vingts jours (A Volta ao Mundo em Oitenta Dias) é um livro do escritor francês Júlio Verne, lançado em 1873.

O livro conta a história de um inglês, Phileas Fogg, que tinha uma vida regrada e solitária, mas com muito dinheiro e, devido a uma aposta com seus amigos de jogo, resolve dar a volta ao mundo em 80 dias, acompanhado apenas de seu fiel empregado. Nessa viagem, viverá diversas aventuras e conhecerá vários lugares do mundo. Esta história já foi traduzida para diversas línguas e por causa dela, muitos ingleses já deram a volta ao mundo.

Embora muitos dos livros lançados tragam em suas capas a foto de um balão, não há momento algum na história em que os personagens se utilizem dele. Em certa ocasião, Phileas Fogg cogita o uso de um balão, mas a idéia fica só na imaginação.

Personagens Principais

Mr. Phileas Fogg: um cavalheiro inglês rico, enigmático e fleumático, que morava em Londres. Ele tinha uma rotina inalterável: acordava 8h da manhã, fazia a barba às 9h 37min, e partia para o Reform Club para ler o jornal e jogar whist.
Jean Passepartout: criado francês recém contratado por Phileas Fogg, que o acompanha em sua volta ao mundo.
Detetive Fix: Inspetor de polícia britânico que, após ver que a descrição do autor de um assalto ao Banco da Inglaterra se enquadra com a de Phileas Fogg, vai continuar a persegui-lo por todos os países tentando capturá-lo.
Sra. Aouda (ortografia adotada na edição original): é uma jovem indiana de uma beleza muito agradável que foi salva por Phileas Fogg e por Passepartout da morte por costumes tribais. Ela segue com eles por toda a jornada.
James Forster: antigo criado de Mr. Fogg, despedido porque trouxe para a barba água em 84 graus Fahrenheit em vez de a 86
Andrew Stuart: parceiro de jogo de Mr. Fogg, com quem ele apostou que faria a volta ao mundo em oitenta dias
Gauthier Ralph: parceiro de jogo de Mr. Fogg e um dos diretores do Banco da Inglaterra
Senhor Albemarle: velho paralítico; único inglês que acreditava que Mr. Fogg conseguiria fazer a volta ao mundo em 80 dias
Francis Cromarty: general que acompanhou Mr. Fogg e Passepartout na viagem pela Índia
Capitão John Bunsby: piloto do barco Tankadère
Coronel W. Stamp Proctor: americano que tentou bater em Phileas Fogg durante um meeting em São Francisco

Phileas Fogg é um cavalheiro inglês, um tanto quanto solitário e sereno, que mora em Londres e tem uma rotina inalterável: acorda pela manhã, faz a barba, desjejua e parte para o clube onde se encontra com os colegas todos os dias. No Reform Club, Fogg almoça e vai ler os principais jornais da capital inglesa, numa rotina infalível, com a devida pontualidade britânica. À noite, reúne-se com os colegas para a tradicional partida de Uíste (jogo de cartas para duas duplas, ancestral do Bridge) e para comentar os assuntos do dia. À meia-noite, pontualmente, volta para casa. E assim se segue até o fatídico dia da aposta.

Londres - Suez: railways e navio 7 dias
Suez - Bombaim: paquete 13 dias
Bombaim - Calcutá: railway 3 dias
Calcutá - Hong Kong: paquete 13 dias
Hong Kong - Yokohama: paquete 6 dias
Yokohama - San Francisco: paquete 22 dias
Francisco - Nova York: Railroad 7 dias
Nova Iorque - Londres: paquete, railway 9 dias
Total: 80 dias

No dia 2 de Outubro de 1872, Fogg estava à mesa a jogar seu carteado com os outros membros do Reform Club, como de hábito. Eis que surge um assunto novo, acerca do roubo acontecido em um banco londrino, dias atrás. O ladrão havia levado 55 mil libras da casa bancária, e fugira sem deixar traços. Sentados à mesa, os jogadores especulam a respeito do paradeiro do gatuno. Fogg, até então quieto, comenta que o referido ladrão poderia estar em qualquer lugar do mundo, afinal este já se tornara suficientemente pequeno para que qualquer um lhe desse a volta em oitenta dias. Seus colegas dizem que tal façanha seria impossível, e que Fogg não estava levando em conta os possíveis imprevistos que tal empreitada traria consigo. Fogg não arreda o pé e, impassível, diz que ele mesmo o faria. Travam então uma aposta de 20 mil libras e Fogg decide partir no mesmo dia. Estaria de volta no dia 21 de Dezembro do mesmo ano.

Partem então ele e seu criado Jean Passepartout (um francês), que acabara de ser contratado e, atônito, seguia todas as orientações de seu amo. Pegam um trem para o sul da Europa, e de lá, um vapor para Suez, na África. No seu encalço, entretanto, segue um detective inglês, convicto de que havia sido ele quem roubara o banco londrino! O detective Fix segue Fogg e seu criado Passepartout até Suez, possessão inglesa, à espera de um mandado de prisão de Phileas Fogg, para garantir uma recompensa oferecida pela polícia inglesa. O mandado não chega e Fix é obrigado a segui-los até que consiga a ordem de prisão. Fogg e Passepartout pegam outro navio em Suez com destino a Bombaim, cidade na costa oeste da Índia. Fix continua a segui-los de perto, crente de que fora Fogg quem roubara aquele banco.
Já em Bombaim, os dois pegam um trem para Calcutá, na costa leste indiana. Surge um imprevisto, porém, visto que a ferrovia não estava acabada! Tiveram que descer na metade do caminho e improvisar um segundo meio de transporte até chegar ao outro ponto da rede, onde haveria outro trem. Fogg, um homem mais que remediado, compra para si um elefante, e seguem viagem, pois além do dinheiro da aposta, o que mais assusta Fogg é não honrar sua palavra ao dizer que daria a volta ao mundo em oitenta dias! Um guia é contratado para levá-los selva adentro até alcançarem a outra parte da ferrovia, e no caminho, presenciam um estranho ritual nativo que lhes dão calafrios: uma bela mulher era carregada para ser queimada viva junto ao corpo de seu viúvo, e isso não podiam aceitar! Fogg, que estava algumas horas adiantadas no seu intento, decide dar meia volta e resgatar a moça. Seu criado, Passepartout, entrementes, desenvolve um afeto profundo pelo seu amo, algo que irá perdurar até o fim da história.Conseguem resgatar a moça, graças à coragem de Passepartout, que se passara pelo morto viúvo e, ao levantar de seu leito fúnebre com a donzela nos braços, provocara arrepios nos que assistiam à cerimônia e consegue fugir.

Chegam por fim a Calcutá, os dois e a resgatada, tão inglesa quanto o senhor Fogg, e que lhes jura a mais eterna gratidão. De lá parte para Hong Kong em um navio, ainda seguidos por Fix, ansioso em pega-los. Em Hong Kong, Fix decide contar a razão de estar os seguindo para Passepartout, que não acredita em uma só palavra do detective. Este está tramando atrasar a viagem daqueles para que o mandado de prisão finalmente chegue e ele os consiga prender. Fix deixa Passepartout inebriado depois de uma ida a um bar da cidade, e seu amo Fogg acaba por perder o navio que os levaria a Yokohama, no Japão. Passepartout, desorientado, embarca para Yokohama, mas deixa seu amo para trás. Fogg não se faz de vencido e aluga um barco para levar ele, a senhorita Aouda (a donzela resgatada) e Fix (o qual pensa ser um amigo) para o porto de Xangai, na China. Lá, conseguem pegar um outro navio para Yokohama e seguir viagem para São Francisco, EUA.

Em território estadunidense, já não há como o detetive prender Fogg, já que se encontram fora de área sob jurisdição inglesa, e portanto Passepartout permite que este continue a viagem com os três, sem contar nada a seu amo. Em São Francisco os quatro pegam um trem para Nova Iorque, na recém-inaugurada ferrovia que corta os EUA de oeste a leste. No meio do caminho um bando de índios Sioux ataca o trem e leva Passepartout como refém. Seu dedicado amo não pensa duas vezes ao ir resgata-lo e prosseguir viagem. Chegam atrasados a Nova Iorque, tendo perdido o navio que partira de lá para Liverpool, mas Fogg consegue alugar um navio que os levaria até a costa inglesa. Quando chegam ao Reino Unido, ainda em tempo de Fogg ganhar a aposta, Fix dá ordem de prisão a Phileas Fogg, e leva-o para a prisão.

Descobre-se que o verdadeiro ladrão já havia sido preso há três dias, e após algumas horas Fogg é solto. Partem em correria os três, Fogg, Passepartout e Auda para Londres, mas chegam cinco minutos atrasados e nem passam pela frente do clube. Fogg, no outro dia, profundamente abatido, vai conversar com Auda, e ela acaba pedindo-o em casamento. Marcam a cerimonia para o dia seguinte, e acabam descobrindo que ainda havia tempo para ganhar a aposta! Ao contornar o mundo indo sempre para leste, Fogg havia ganhado um dia de vantagem, o que não havia notado! Seus colegas ainda o esperavam no salão no Reform Club no horário combinado, quando Phileas Fogg chega, faltando poucos segundos, e ganha a aposta!

Um comentário:

Anônimo disse...

oq presisa para montar uma unidade loterica aqui em rio dos indios RS.

O Canto encantado

Aguardando o solstício de 21dez12