quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Vick Muniz - Waste Land (Lixo extraordinário)

Vik Muniz é, entre os artistas contemporâneos da nova geração, o de maior visibilidade. Sua obra discute a fotografia como meio de representação a partir do registro de materiais inusitados como chocolate, açúcar, poeira, lixo, arame, fios de algodão e papel picado, pimenta, entre outros, criando desse modo, um diálogo com a história da arte.

Com obras em acervos de museus como o Metropolitan, o Whitney, o MoMA, de Nova York e o Reina Sofia, de Madri, o artista plástico brasileiro é muito mais conhecido no exterior que no seu próprio país - onde seu trabalho mais famoso é exatamente o de chocolate na capa do CD Tribalistas.

Filho único de pai garçom e mãe telefonista, o próprio artista costuma dizer que pensava ser impossível trabalhar e ganhar a vida como artista plástico. O envolvimento com as artes plásticas veio tardiamente, quando ele se mudou para os Estados Unidos, em 1983, com um vocabulário restritíssimo em inglês (yes e no).

Passou cinco anos vivendo de subempregos e chegou a dormir na rua. Foi quando trabalhava numa molduraria de Nova York que, ao saber que as horríveis pinturas que emoldurava eram vendidas por 200 dólares, pensou que podia fazer melhor.

Além de produzir quadros kitsch, que lhe valiam alguns trocados, começou a fazer esculturas estranhas e incomuns que lhe abriram as portas do circuito de arte novaiorquino.

Explorar o horizonte da percepção visual usando materiais inusitados como serragem, açúcar, areia, papel de parede, jornais ou lixo numa obra de arte não é algo novo, pois Picasso e Braque já o faziam por volta de l9l2 em Paris. Mas Vik usa açúcar, arame, terra, barbante, chocolate, especiarias, lixo, gel, mel, poeira e outros elementos que seria cansativo enumerar, de uma maneira radicalmente criativa, sendo que essas são suas matérias primas e não meros adereços.

Alguma séries que pessoalmente, me agradam muito:
"Crianças de Açúcar": retrata imagens de meninas de rua, crianças que trabalham em plantações de cana de açúcar no Caribe.
"Aftermath": traz fotos de meninos de rua de São Paulo, retrabalhadas com lixo do Carnaval.

É sempre bom lembara que todas as vezes em que Vik retrata problemas sociais, parte da renda das vendas é doada para instituições de crianças e adolescentes, sendo que a fotografia mais barata de Vik Muniz custa US$ 5 mil.

Nos Estados Unidos, ele já alcançou US$ 75 mil por uma fotografia e US$ 150 mil por um conjunto de 14 painéis, arrematados num leilão em Paris.

































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