Self Portrait, 1886
French Academic Classical painter, frescoist, draftsman & teacher born 1825 - died 1905 in: La Rochelle (Charente-Maritime, Poitou-Charentes, France).
Alma Parens, oil on canvas, 1883
La Vague [The Wave], oil on canvas, 1896
The First Mourning, oil on canvas, 1888
Les Noisettes [Hazelnuts], oil on canvas, 1882
Zenobia Found by Shepherds on the Banks of the Araxes. oil on canvas, 1850
Naissance de Venus. oil on canvas, 1879
Soul carried to Heaven, oil on canvas, 1878
Idylle, oil on canvas, 1851
Les Oreades, oil on canvas, 1902
Pastorale, oil on canvas, 1868
L'aurore, 1881
Le crepuscule, 1882
La Nymphee [The Nymphaeum], oil on canvas, 1878
Cupid and Psyche as Children, 1889
The Rapture of Psyche, 1895
Nymphes et Satyre, oil on canvas, 1873
Jeune Fille Allant a la Fontaine, oil on canvas, 1885
A la Fontaine, oil on canvas, 1897
Bacchante (Mailice), oil on canvas, 1899
Les Remords d’Oreste, oil on canvas, 1862
Le jour des morts, oil on canvas, 1859
Biblis, oil on canvas, 1884
Temptation, oil on canvas, 1880
The Jewel of the Fields, oil on canvas, 1884
Les Jeunes Baigneuses, oil on canvas, 1879
Le sommeil [Asleep at last], oil on canvas, 1864
Admiration Maternelle, oil on canvas, 1869
Pastourelle [Shepherdess], oil on canvas, 1889
Le retour du march, oil on canvas, 1869
Le crabe [The Crab], oil on canvas, 1869
La frileuse [Chilly girl], oil on canvas, 1879
Le Repos [Rest], oil on canvas, 1879
Faneuse [The Haymaker], oil on canvas, 1869
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quinta-feira, 16 de abril de 2009
Heráclito de Éfeso - 500 a.C.
... TODAS AS COISAS ESTÃO EM CONTÍNUA MUTAÇÃO ...
Heráclito de Éfeso (datas aproximadas: 540 a.C. - 470 a.C. em Éfeso, na Jônia) foi um filósofo pré-socrático, recebeu o cognome de "pai da dialética". Problematiza a questão do devir (mudança). Recebeu a alcunha de "Obscuro", pois desprezava a plebe, recusou-se a participar da política (que era essencial aos gregos), e tinha também desprezo pelos poetas, filósofos e pela religião. Sua alcunha derivou-se principalmente devido ao livro (Sobre a Natureza) que escreveu com um estilo obscuro, próximo a sentenças oraculares.
Sobre a vida de Heráclito, Diógenes Laércio nos relata: “Heráclito, filho de Blóson, ou, segundo outra tradição, de Heronte, era natural de Éfeso. Tinha uns quarenta anos por ocasião da 69ª Olimpíada (504-501 aC). Era homem de sentimentos elevados, orgulhoso e cheio de desprezo pelos outros”.
Em outra passagem, o mesmo Diógenes nos conta: “Retirado no templo de Ártemis, divertia-se em jogar com as crianças e, acercando-se dele os efésios, perguntou-lhes:
De que vos admirais, perversos? Que é melhor: fazer isso ou administrar a República convosco?
E, por fim, tornado misantropo e retirando-se, vivia nas montanhas, alimentando-se de ervas e plantas.”
Usando sempre de hipocrisia, Heráclito ridicularizava o conhecimento dos médicos e dos físicos de sua época. Sobre as circunstâncias de como ocorreu a sua morte, Diógenes Laércio assim nos conta: “Hermipo, porém, conta que ele (Heráclito) perguntava aos médicos se alguém podia, esvaziando-lhe o ventre, expelir a água.
Como negassem, deitou-se ao sol e pediu aos criados que o cobrissem com esterco. Assim deitado, faleceu no dia seguinte e foi sepultado na praça pública. Neantes de Cizico afirma que, tendo sido impossível retirá-lo de sob o esterco, lá permaneceu, e, irreconhecível pela putrefação, foi devorado pelos cães.
Os filósofos milesianos (Tales, Anaximandro, etc) haviam percebido o dinamismo das mudanças que ocorrem na physis, como o nascimento, o crescimento e o perecimento, mas não chegaram a problematizar a questão. Heráclito, inserido dentro do contexto pré-socrático, parte do princípio de que tudo é movimento, e que nada pode permanecer estático. "Panta rhei", sua "máxima", significa "tudo flui", "tudo se move", exceto o próprio movimento. Ele exemplifica, dizendo que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque, ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá, e a mesma pessoa já será diferente (de fato, a Biologia veio a descobrir muito mais tarde que nossas células estão em constante renovação, e isso é uma mudança).
Mas tal questão é apenas um pressuposto de uma doutrina que vai mais além. O devir, a mudança que acontece em todas as coisas é sempre uma alternância entre contrários: coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam, coisas úmidas secam, coisas secas umedecem, etc. A realidade acontece, então, não em uma das alternativas, que são apenas parte da realidade, e sim da mudança ou, como ele chama, na guerra entre os opostos. Esta guerra é a realidade, aquilo que podemos dizer que é.
Mas essa guerra da qual fala Heráclito não tem essa conotação de violência ou algo semelhante. Tal guerra é que permite a harmonia e mesmo a paz, já que assim é possível que os contrários possam existir: "A doença faz da saúde algo agradável e bom", ou seja, se não houvesse a doença, não haveria porque valorizar-se a saúde, por exemplo. Ele ainda considera que, nessa harmonia, os opostos coincidem da mesma forma que o princípio e o fim, em um círculo, ou a descida e a subida, em um caminho (pois o mesmo caminho é de descida e de subida); o quente é o mesmo que o frio, pois o frio é o quente quando muda (ou, dito de outra forma: o quente é o frio depois de mudar, e o frio, o quente depois de mudar, como se ambos, quente e frio, fossem "versões" diferentes da mesma coisa).
Inserido no contexto pré-socrático, Heráclito definiu, partindo de seus pressupostos (o "panta rhei" e a guerra entre os contrários) uma arché, um princípio de todas as coisas: o fogo. Para ele, "todas as coisas são uma troca do fogo, e o fogo, uma troca de todas as coisas, assim como o ouro é uma troca de todas as mercadorias e todas as mercadorias são uma troca do ouro", ou seja, todas as coisas transformam-se em fogo, e o fogo transforma-se em todas as coisas. De seus escritos restaram poucos fragmentos, (encontrados em obras posteriores), os quais geraram grande número de obras explicativas.
Segundo Heráclito, o fogo é o elemento primordial de todas as coisas. Tudo se origina por rarefação e tudo flui como um rio. O cosmos é um só e nasce do fogo e de novo é pelo fogo consumido, em períodos determinados, em ciclos que se repetem pela eternidade.
Em seu livro - Do Céu, Aristóteles escreve: “Concordam todos em que o mundo foi gerado; mas, uma vez gerado, alguns afirmam que é eterno e outros que é perecível, como qualquer outra coisa que por natureza se forma. Outros, ainda, que, destruindo-se, alternadamente é ora assim, ora de outro modo, como Empédocles e Heráclito de Éfeso. (...) Também Heráclito assevera que o universo ora se incendeia, ora de novo se compõe do fogo, segundo determinados períodos de tempo, na passagem em que diz – Acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas.”
Para Heráclito, condensado o fogo se umidifica, e com mais consistência torna-se água, e esta, solidificando-se, transforma-se em terra e a partir daí, nascem todas as coisas do mundo. Este é o caminho que Heráclito define como sendo “para baixo”.
Derretendo-se a terra obtém-se água. Água transforma-se em vapor, tal como vemos na evaporação do mar. E rarefazendo-se o vapor transforma-se novamente em fogo. E este é o caminho “para cima”.
Nosso mundo é cercado pelos astros (Sol, Lua, e estrelas). Esses nada mais são do que barcos cujas concavidades estão voltadas para nós, e que carregam dentro de si chamas brilhantes. A mais brilhante é a chama do Sol e também a mais quente. Os demais astros distam mais da Terra e é por isso que seu brilho é menos vivo e menos quente, mas a Lua, que está bem próxima da Terra, não é por isso, mas por não se encontrar num espaço puro – a escuridão. O Sol, entretanto, está em região clara e pura.
Os eclipses do Sol e da Lua acontecem quando as concavidades dos barcos se voltam para cima. E as fases da Lua ocorrem quando o barco que a encerra se volta aos poucos em nossa direção.
Dia e noite, meses e estações, chuvas, ventos e demais fenômenos são conseqüências de diferentes evaporações. Pois a brilhante evaporação inflamando-se no círculo do Sol produz o dia, e quando a contrária prevalece produz a noite; e quando da evaporação brilhante nasce o calor faz verão, mas quando da sombra o úmido prevalece faz-se o inverno.
Dentro do pensamento de Heráclito, Deus não tinha a aparência de um homem nem de outro animal qualquer. Deus não era nem criador, nem onipotente. Heráclito limitava-se a identificá-lo com os opostos, os quais persistem apesar de suas mudanças e assim são capazes de compreender sua própria unidade.
“O Deus é dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, saciedade-fome; mas se alterna como o fogo, quando se mistura a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada um.”
Nesse argumento, podemos ver que Heráclito considerava as diversas divindades da mitologia grega, que eram adoradas pelos homens de seu tempo, como sendo apenas fogo misturado a diferentes tipos de incensos.
E a alma consiste apenas de mais uma rarefação do fogo e sofre as mesmas mudanças que todas as outras coisas também experimentam; e a morte traz a completa extinção da alma.
“Para almas é morte tornar-se água, e para água é morte tornar-se terra, e de terra nasce água, e de água alma.”
Novamente aqui, nesse raciocínio, vemos Heráclito descrever seus caminhos “para baixo” e “para cima”.
BIBLIOGRAFIA: Para uma análise detalhada das questões filosóficas relativas a Heráclito, confira: SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp.167-271.
Heráclito de Éfeso (datas aproximadas: 540 a.C. - 470 a.C. em Éfeso, na Jônia) foi um filósofo pré-socrático, recebeu o cognome de "pai da dialética". Problematiza a questão do devir (mudança). Recebeu a alcunha de "Obscuro", pois desprezava a plebe, recusou-se a participar da política (que era essencial aos gregos), e tinha também desprezo pelos poetas, filósofos e pela religião. Sua alcunha derivou-se principalmente devido ao livro (Sobre a Natureza) que escreveu com um estilo obscuro, próximo a sentenças oraculares.
Sobre a vida de Heráclito, Diógenes Laércio nos relata: “Heráclito, filho de Blóson, ou, segundo outra tradição, de Heronte, era natural de Éfeso. Tinha uns quarenta anos por ocasião da 69ª Olimpíada (504-501 aC). Era homem de sentimentos elevados, orgulhoso e cheio de desprezo pelos outros”.
Em outra passagem, o mesmo Diógenes nos conta: “Retirado no templo de Ártemis, divertia-se em jogar com as crianças e, acercando-se dele os efésios, perguntou-lhes:
De que vos admirais, perversos? Que é melhor: fazer isso ou administrar a República convosco?
E, por fim, tornado misantropo e retirando-se, vivia nas montanhas, alimentando-se de ervas e plantas.”
Usando sempre de hipocrisia, Heráclito ridicularizava o conhecimento dos médicos e dos físicos de sua época. Sobre as circunstâncias de como ocorreu a sua morte, Diógenes Laércio assim nos conta: “Hermipo, porém, conta que ele (Heráclito) perguntava aos médicos se alguém podia, esvaziando-lhe o ventre, expelir a água.
Como negassem, deitou-se ao sol e pediu aos criados que o cobrissem com esterco. Assim deitado, faleceu no dia seguinte e foi sepultado na praça pública. Neantes de Cizico afirma que, tendo sido impossível retirá-lo de sob o esterco, lá permaneceu, e, irreconhecível pela putrefação, foi devorado pelos cães.
Os filósofos milesianos (Tales, Anaximandro, etc) haviam percebido o dinamismo das mudanças que ocorrem na physis, como o nascimento, o crescimento e o perecimento, mas não chegaram a problematizar a questão. Heráclito, inserido dentro do contexto pré-socrático, parte do princípio de que tudo é movimento, e que nada pode permanecer estático. "Panta rhei", sua "máxima", significa "tudo flui", "tudo se move", exceto o próprio movimento. Ele exemplifica, dizendo que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, porque, ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá, e a mesma pessoa já será diferente (de fato, a Biologia veio a descobrir muito mais tarde que nossas células estão em constante renovação, e isso é uma mudança).
Mas tal questão é apenas um pressuposto de uma doutrina que vai mais além. O devir, a mudança que acontece em todas as coisas é sempre uma alternância entre contrários: coisas quentes esfriam, coisas frias esquentam, coisas úmidas secam, coisas secas umedecem, etc. A realidade acontece, então, não em uma das alternativas, que são apenas parte da realidade, e sim da mudança ou, como ele chama, na guerra entre os opostos. Esta guerra é a realidade, aquilo que podemos dizer que é.
Mas essa guerra da qual fala Heráclito não tem essa conotação de violência ou algo semelhante. Tal guerra é que permite a harmonia e mesmo a paz, já que assim é possível que os contrários possam existir: "A doença faz da saúde algo agradável e bom", ou seja, se não houvesse a doença, não haveria porque valorizar-se a saúde, por exemplo. Ele ainda considera que, nessa harmonia, os opostos coincidem da mesma forma que o princípio e o fim, em um círculo, ou a descida e a subida, em um caminho (pois o mesmo caminho é de descida e de subida); o quente é o mesmo que o frio, pois o frio é o quente quando muda (ou, dito de outra forma: o quente é o frio depois de mudar, e o frio, o quente depois de mudar, como se ambos, quente e frio, fossem "versões" diferentes da mesma coisa).
Inserido no contexto pré-socrático, Heráclito definiu, partindo de seus pressupostos (o "panta rhei" e a guerra entre os contrários) uma arché, um princípio de todas as coisas: o fogo. Para ele, "todas as coisas são uma troca do fogo, e o fogo, uma troca de todas as coisas, assim como o ouro é uma troca de todas as mercadorias e todas as mercadorias são uma troca do ouro", ou seja, todas as coisas transformam-se em fogo, e o fogo transforma-se em todas as coisas. De seus escritos restaram poucos fragmentos, (encontrados em obras posteriores), os quais geraram grande número de obras explicativas.
Segundo Heráclito, o fogo é o elemento primordial de todas as coisas. Tudo se origina por rarefação e tudo flui como um rio. O cosmos é um só e nasce do fogo e de novo é pelo fogo consumido, em períodos determinados, em ciclos que se repetem pela eternidade.
Em seu livro - Do Céu, Aristóteles escreve: “Concordam todos em que o mundo foi gerado; mas, uma vez gerado, alguns afirmam que é eterno e outros que é perecível, como qualquer outra coisa que por natureza se forma. Outros, ainda, que, destruindo-se, alternadamente é ora assim, ora de outro modo, como Empédocles e Heráclito de Éfeso. (...) Também Heráclito assevera que o universo ora se incendeia, ora de novo se compõe do fogo, segundo determinados períodos de tempo, na passagem em que diz – Acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas.”
Para Heráclito, condensado o fogo se umidifica, e com mais consistência torna-se água, e esta, solidificando-se, transforma-se em terra e a partir daí, nascem todas as coisas do mundo. Este é o caminho que Heráclito define como sendo “para baixo”.
Derretendo-se a terra obtém-se água. Água transforma-se em vapor, tal como vemos na evaporação do mar. E rarefazendo-se o vapor transforma-se novamente em fogo. E este é o caminho “para cima”.
Nosso mundo é cercado pelos astros (Sol, Lua, e estrelas). Esses nada mais são do que barcos cujas concavidades estão voltadas para nós, e que carregam dentro de si chamas brilhantes. A mais brilhante é a chama do Sol e também a mais quente. Os demais astros distam mais da Terra e é por isso que seu brilho é menos vivo e menos quente, mas a Lua, que está bem próxima da Terra, não é por isso, mas por não se encontrar num espaço puro – a escuridão. O Sol, entretanto, está em região clara e pura.
Os eclipses do Sol e da Lua acontecem quando as concavidades dos barcos se voltam para cima. E as fases da Lua ocorrem quando o barco que a encerra se volta aos poucos em nossa direção.
Dia e noite, meses e estações, chuvas, ventos e demais fenômenos são conseqüências de diferentes evaporações. Pois a brilhante evaporação inflamando-se no círculo do Sol produz o dia, e quando a contrária prevalece produz a noite; e quando da evaporação brilhante nasce o calor faz verão, mas quando da sombra o úmido prevalece faz-se o inverno.
Dentro do pensamento de Heráclito, Deus não tinha a aparência de um homem nem de outro animal qualquer. Deus não era nem criador, nem onipotente. Heráclito limitava-se a identificá-lo com os opostos, os quais persistem apesar de suas mudanças e assim são capazes de compreender sua própria unidade.
“O Deus é dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, saciedade-fome; mas se alterna como o fogo, quando se mistura a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada um.”
Nesse argumento, podemos ver que Heráclito considerava as diversas divindades da mitologia grega, que eram adoradas pelos homens de seu tempo, como sendo apenas fogo misturado a diferentes tipos de incensos.
E a alma consiste apenas de mais uma rarefação do fogo e sofre as mesmas mudanças que todas as outras coisas também experimentam; e a morte traz a completa extinção da alma.
“Para almas é morte tornar-se água, e para água é morte tornar-se terra, e de terra nasce água, e de água alma.”
Novamente aqui, nesse raciocínio, vemos Heráclito descrever seus caminhos “para baixo” e “para cima”.
BIBLIOGRAFIA: Para uma análise detalhada das questões filosóficas relativas a Heráclito, confira: SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp.167-271.
Miguel Ângelo (Michelangelo) di Ludovico Buonarrroti Simoni - The Divine
Nasce em Caprese, 6mar1475 — Roma, 18fev1564, pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano. Apesar de ter feito poucas atividades além das artes, sua versatilidade em vários campos fez com que rivalizasse com Leonardo da Vinci no título de ícone da Renascença gênio em vários campos e, além disso, também recebeu tarefas diplomáticas. Duas biografias foram escritas sobre ele ainda em vida (uma de Giorgio Vasari).
Duas de suas mais famosas obras (a Pietà e o David) foram realizadas antes de seus trinta anos. Apesar de sua pouca afeição à pintura, criou duas obras históricas: as cenas do Gênesis, no teto da Capela Sistina, e O Juízo Final, também no mesmo local. Projetou também a cúpula da Basílica de São Pedro, em Roma. Entre suas outras esculturas, contam-se a também a Virgem, o Baco, o Moisés, a Raquel, a Léa e membros da família Médici. Michelangelo nasceu em Caprese, perto de Arezzo, na Toscana, o segundo de cinco filhos. Seu pai, Ludovico, quando residente em Caprese, era um magistrado. Cresceu em Florença e mais tarde viveu com um escultor e sua esposa na localidade florentina de Settignano, onde seu pai tinha uma mina de mármore e uma pequena fazenda. Contra a vontade de seu pai, o canhoto Michelangelo escolheu ser aprendiz de Domenico Ghirlandaio por três anos começando em 1488. Também foi aprendiz, na escultura, de Bertoldo di Giovanni. Impressionado com a técnica de Michelangelo, Ghirlandaio recomendou-o para Florença para estudar com Lourenço de Médici. De 1490 a 1492, Michelangelo freqüentou a escola de Lourenço e durante sua estada, seria influenciado por muitas pessoas proeminentes, e pela filosofia platônica da época, que modificariam e expandiriam suas idéias na arte e ainda seus sentimentos sobre sexualidade. Foi durante este período que Michelangelo criou dois relevos: a Batalha de Centauros e a Madonna da Escada. A primeira obra foi baseada em um tema sugerido por Poliziano e encomendada por Lourenço de Médici. Após sua morte, Michelangelo deixou a corte dos Medici. Nos meses seguintes, produziu um crucifixo de madeira para o pároco da Igreja de Santa Maria del Santo Spirito, que tinha o deixado estudar anatomia a partir de alguns cadáveres do hospital da Igreja.
A escultura de Pietà
Pedro de Médici, filho mais velho de Lourenço de Médici, recusou-se a financiar o trabalho artístico de Michelangelo. Também nessa época, as idéias de Savonarola tornaram-se populares em Florença. Sob tais pressões, Michelangelo decide sair definitivamente de Florença e vai para Bolonha por três anos. Logo depois, o Cardeal San Giorgio compra a obra de Michelangelo em mármore Cupido e decide chamá-lo a Roma em 1496. Influenciado pela antiguidade de Roma, ele produz Baco e a Pietà. A Pietà foi uma encomenda do embaixador francês na Santa Sé. Apesar de praticamente se dedicar à escultura, Michelangelo nunca deixou de desenhar, ele desenhava por prazer de desenhar. Em 1513, o Papa Júlio II morreu, e seu sucessor, o Papa Leão X, um Médici, pediu que Michelangelo reconstruísse o interior da Igreja de São Lourenço, em Florença, e a adornasse com esculturas. Michelangelo relutantemente aceitou, mas foi incapaz de terminar a tarefa (o exterior da igreja ainda não está adornado até hoje). Em 1526, os cidadãos de Florença, encorajados pelo saque de Roma, expulsaram os Médici e restauraram a república. Michelangelo voltou para sua amada Florença para ajudar a construir as fortificações da cidade de 1528 a 1529. A cidade caiu em 1530 e os Médici voltaram ao poder.
Quando realizou Pietà Michelangelo tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o autor. Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita. A dor de Maria sobre o corpo morto do filho foi representada com o abandonou o realismo cruel típico em favor de uma visão idealizada. O artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura.
Michelangelo foi convocado novamente a Roma em 1503 pelo recém-designado Papa Júlio II e foi comissionado para construir a tumba papal. Entretanto, durante a patronagem de Júlio II, Michelangelo tinha constantemente que interromper seu trabalho para fazer outras numerosas tarefas. Por essa e outras interrupções, Michelangelo trabalharia na tumba por quarenta anos sem nunca a terminar. A mais famosa das tarefas foi a pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano, que levou quatro anos para ser feita (1508 – 1512). Michelangelo originalmente deveria pintar os 12 Apóstolos, mas protestou e pediu uma tarefa mais audaciosa: um esquema que representasse a Criação, a Queda do Homem e a Promessa da Salvação. O trabalho faz parte de uma decoração muito mais complexa que, em conjunto, representa toda a doutrina da Igreja Católica.
A composição contém 300 figuras e se centra nos episódios do livro do Genesis, divididos em três grupos: a Criação da Terra por Deus, a Criação da Humanidade e sua queda e, por fim, a Humanidade representada por Noé. Entre os afrescos mais famosos estão: A Criação de Adão e Adão e Eva no Paraíso. A pintura de O Juízo Final, na janela do Altar da capela Sistina foi comissionada pelo Papa Paulo III, e Michelangelo trabalhou nela de 1534 a 1541. O trabalho é grandioso e toma uma parede inteira atrás do altar da Capela Sistina. O Juízo Final é uma representação da segunda vinda de Cristo e do apocalipse, quando as almas da humanidade seriam levadas a seu destino final e julgadas por Cristo, rodeado de santos. Uma vez concluída, as representações de nudez na própria Capela foram consideradas obscenas e um sacrilégio. Após a morte de Michelangelo, decidiu-se obscurecer os órgãos, o que foi feito por um aprendiz de Michelangelo, Daniele da Volterra. Quando o trabalho foi restaurado em 1993, decidiu-se deixar algumas das figuras ainda cobertas, como documentos históricos. A censura sempre perseguiu Michelangelo, que às vezes era chamado de "inventor delle porcherie" ("inventor das obscenidades"). Em 1547, Michelangelo foi apontado como arquiteto da Basílica de São Pedro no Vaticano. Anos mais tarde, em 18 de Fevereiro de 1564, Michelangelo morre, em casa, em Roma aos 88 anos de idade, solicitando em testamento que seu corpo fosse enterrado em Florença.
Quatro anos mais tarde, Michelangelo retornou a Florença, onde produziu seu mais famoso trabalho: David. A cidade, na época, estava mudando, após a queda de Savonarola e a ascensão de Pier Soderini. O David foi uma encomenda da Guilda de Lã da cidade. Era, originalmente, um trabalho incompleto, iniciado quarenta anos antes por Agostino di Duccio. O David deveria ser o símbolo da liberdade de Florença e seria colocado na Piazza della Signoria, na frente do Palazzo Vecchio. A obra foi concluída em 1504. Essa obra-prima, feita em mármore de Carrara, colocou-o definitivamente como um escultor de extraordinária técnica e habilidade. Na época, também pintou a Sagrada Família da Tribuna, agora na Galeria Uffizi. Michelangelo era considerado um artista renascentista porque em todas suas obras, ele representava somente figuras do homem. Michelangelo, muitas vezes arrogante com os outros e constantemente insatisfeito com ele mesmo, via a arte como originada da inspiração interna e da cultura. Via a natureza como uma inimiga que tinha de ser superada. Suas figuras são dinâmicas. Para ele, a missão do escultor era libertar as formas que estavam dentro da pedra. Conta-se que após Michelangelo ter executado sua estátua Moisés, bateu violentamente com o martelo no joelho da obra e gritou: Porque não falas? (Perché non parli). Na vida pessoal, Michelangelo era abstêmio. Era indiferente à bebida e à comida. Era uma pessoa solitária e melancólica.
Para além da pintura e da escultura, Michelangelo deixou também cerca de trezentos poemas em italiano vernáculo, que escreveu entre 1501 e 1560. Os seus poemas são marcados por uma forte carga homoerótica. Porém, esta foi alterada na primeira edição da sua poesia, em 1623, publicada pelo seu sobrinho Michelangelo, o Jovem. Em 1893, John Addington Symonds traduziu os poemas originais para inglês. Fundamental para a arte de Michelangelo era sua paixão pela beleza masculina, que o atraía de modo emocional e estético. Era, em parte, uma expressão da idealização renascentista do corpo humano. Mas, para Michelangelo, há uma resposta única a essa estética.
Duas de suas mais famosas obras (a Pietà e o David) foram realizadas antes de seus trinta anos. Apesar de sua pouca afeição à pintura, criou duas obras históricas: as cenas do Gênesis, no teto da Capela Sistina, e O Juízo Final, também no mesmo local. Projetou também a cúpula da Basílica de São Pedro, em Roma. Entre suas outras esculturas, contam-se a também a Virgem, o Baco, o Moisés, a Raquel, a Léa e membros da família Médici. Michelangelo nasceu em Caprese, perto de Arezzo, na Toscana, o segundo de cinco filhos. Seu pai, Ludovico, quando residente em Caprese, era um magistrado. Cresceu em Florença e mais tarde viveu com um escultor e sua esposa na localidade florentina de Settignano, onde seu pai tinha uma mina de mármore e uma pequena fazenda. Contra a vontade de seu pai, o canhoto Michelangelo escolheu ser aprendiz de Domenico Ghirlandaio por três anos começando em 1488. Também foi aprendiz, na escultura, de Bertoldo di Giovanni. Impressionado com a técnica de Michelangelo, Ghirlandaio recomendou-o para Florença para estudar com Lourenço de Médici. De 1490 a 1492, Michelangelo freqüentou a escola de Lourenço e durante sua estada, seria influenciado por muitas pessoas proeminentes, e pela filosofia platônica da época, que modificariam e expandiriam suas idéias na arte e ainda seus sentimentos sobre sexualidade. Foi durante este período que Michelangelo criou dois relevos: a Batalha de Centauros e a Madonna da Escada. A primeira obra foi baseada em um tema sugerido por Poliziano e encomendada por Lourenço de Médici. Após sua morte, Michelangelo deixou a corte dos Medici. Nos meses seguintes, produziu um crucifixo de madeira para o pároco da Igreja de Santa Maria del Santo Spirito, que tinha o deixado estudar anatomia a partir de alguns cadáveres do hospital da Igreja.
A escultura de Pietà
Pedro de Médici, filho mais velho de Lourenço de Médici, recusou-se a financiar o trabalho artístico de Michelangelo. Também nessa época, as idéias de Savonarola tornaram-se populares em Florença. Sob tais pressões, Michelangelo decide sair definitivamente de Florença e vai para Bolonha por três anos. Logo depois, o Cardeal San Giorgio compra a obra de Michelangelo em mármore Cupido e decide chamá-lo a Roma em 1496. Influenciado pela antiguidade de Roma, ele produz Baco e a Pietà. A Pietà foi uma encomenda do embaixador francês na Santa Sé. Apesar de praticamente se dedicar à escultura, Michelangelo nunca deixou de desenhar, ele desenhava por prazer de desenhar. Em 1513, o Papa Júlio II morreu, e seu sucessor, o Papa Leão X, um Médici, pediu que Michelangelo reconstruísse o interior da Igreja de São Lourenço, em Florença, e a adornasse com esculturas. Michelangelo relutantemente aceitou, mas foi incapaz de terminar a tarefa (o exterior da igreja ainda não está adornado até hoje). Em 1526, os cidadãos de Florença, encorajados pelo saque de Roma, expulsaram os Médici e restauraram a república. Michelangelo voltou para sua amada Florença para ajudar a construir as fortificações da cidade de 1528 a 1529. A cidade caiu em 1530 e os Médici voltaram ao poder.
Quando realizou Pietà Michelangelo tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o autor. Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita. A dor de Maria sobre o corpo morto do filho foi representada com o abandonou o realismo cruel típico em favor de uma visão idealizada. O artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura.
Michelangelo foi convocado novamente a Roma em 1503 pelo recém-designado Papa Júlio II e foi comissionado para construir a tumba papal. Entretanto, durante a patronagem de Júlio II, Michelangelo tinha constantemente que interromper seu trabalho para fazer outras numerosas tarefas. Por essa e outras interrupções, Michelangelo trabalharia na tumba por quarenta anos sem nunca a terminar. A mais famosa das tarefas foi a pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano, que levou quatro anos para ser feita (1508 – 1512). Michelangelo originalmente deveria pintar os 12 Apóstolos, mas protestou e pediu uma tarefa mais audaciosa: um esquema que representasse a Criação, a Queda do Homem e a Promessa da Salvação. O trabalho faz parte de uma decoração muito mais complexa que, em conjunto, representa toda a doutrina da Igreja Católica.
A composição contém 300 figuras e se centra nos episódios do livro do Genesis, divididos em três grupos: a Criação da Terra por Deus, a Criação da Humanidade e sua queda e, por fim, a Humanidade representada por Noé. Entre os afrescos mais famosos estão: A Criação de Adão e Adão e Eva no Paraíso. A pintura de O Juízo Final, na janela do Altar da capela Sistina foi comissionada pelo Papa Paulo III, e Michelangelo trabalhou nela de 1534 a 1541. O trabalho é grandioso e toma uma parede inteira atrás do altar da Capela Sistina. O Juízo Final é uma representação da segunda vinda de Cristo e do apocalipse, quando as almas da humanidade seriam levadas a seu destino final e julgadas por Cristo, rodeado de santos. Uma vez concluída, as representações de nudez na própria Capela foram consideradas obscenas e um sacrilégio. Após a morte de Michelangelo, decidiu-se obscurecer os órgãos, o que foi feito por um aprendiz de Michelangelo, Daniele da Volterra. Quando o trabalho foi restaurado em 1993, decidiu-se deixar algumas das figuras ainda cobertas, como documentos históricos. A censura sempre perseguiu Michelangelo, que às vezes era chamado de "inventor delle porcherie" ("inventor das obscenidades"). Em 1547, Michelangelo foi apontado como arquiteto da Basílica de São Pedro no Vaticano. Anos mais tarde, em 18 de Fevereiro de 1564, Michelangelo morre, em casa, em Roma aos 88 anos de idade, solicitando em testamento que seu corpo fosse enterrado em Florença.
Quatro anos mais tarde, Michelangelo retornou a Florença, onde produziu seu mais famoso trabalho: David. A cidade, na época, estava mudando, após a queda de Savonarola e a ascensão de Pier Soderini. O David foi uma encomenda da Guilda de Lã da cidade. Era, originalmente, um trabalho incompleto, iniciado quarenta anos antes por Agostino di Duccio. O David deveria ser o símbolo da liberdade de Florença e seria colocado na Piazza della Signoria, na frente do Palazzo Vecchio. A obra foi concluída em 1504. Essa obra-prima, feita em mármore de Carrara, colocou-o definitivamente como um escultor de extraordinária técnica e habilidade. Na época, também pintou a Sagrada Família da Tribuna, agora na Galeria Uffizi. Michelangelo era considerado um artista renascentista porque em todas suas obras, ele representava somente figuras do homem. Michelangelo, muitas vezes arrogante com os outros e constantemente insatisfeito com ele mesmo, via a arte como originada da inspiração interna e da cultura. Via a natureza como uma inimiga que tinha de ser superada. Suas figuras são dinâmicas. Para ele, a missão do escultor era libertar as formas que estavam dentro da pedra. Conta-se que após Michelangelo ter executado sua estátua Moisés, bateu violentamente com o martelo no joelho da obra e gritou: Porque não falas? (Perché non parli). Na vida pessoal, Michelangelo era abstêmio. Era indiferente à bebida e à comida. Era uma pessoa solitária e melancólica.
Para além da pintura e da escultura, Michelangelo deixou também cerca de trezentos poemas em italiano vernáculo, que escreveu entre 1501 e 1560. Os seus poemas são marcados por uma forte carga homoerótica. Porém, esta foi alterada na primeira edição da sua poesia, em 1623, publicada pelo seu sobrinho Michelangelo, o Jovem. Em 1893, John Addington Symonds traduziu os poemas originais para inglês. Fundamental para a arte de Michelangelo era sua paixão pela beleza masculina, que o atraía de modo emocional e estético. Era, em parte, uma expressão da idealização renascentista do corpo humano. Mas, para Michelangelo, há uma resposta única a essa estética.
François-Auguste-René Rodin
Paris, 12 de novembro de 1840 — Meudon, 17 de novembro de 1917 foi um escultor francês.
As primeiras esculturas de Rodin foram feitas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 14 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo era aceito na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada.
Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.
Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin. A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e um terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.
Suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Museu Rodin), situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão.
Rodin teve uma assistente de nome Camille Claudel que também foi escultora e sua amante. Os seus trabalhos são muitas vezes confundidos como de Rodin conjecturando-se este facto.
Rodin conquistou fama em vida, e suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.
As primeiras esculturas de Rodin foram feitas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 14 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo era aceito na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada.
Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.
Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin. A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e um terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.
Suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Museu Rodin), situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão.
Rodin teve uma assistente de nome Camille Claudel que também foi escultora e sua amante. Os seus trabalhos são muitas vezes confundidos como de Rodin conjecturando-se este facto.
Rodin conquistou fama em vida, e suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.
Coleção Pirelli/MASP de fotografia - 17edição
80 ANOS DA PIRELLI NO BRASIL
Colaboração de quatro consultores de diferentes regiões do país identifica percepções ainda ausentes na Coleção. Mostra com 80 imagens de 24 fotógrafos ou estrangeiros atuantes no país, abre dia 12 de março a 3 de maio 2009 no MASP e traz ainda área dedicada a obras do fotógrafo André François.
Esta edição da Coleção se destaca pela abertura a novos olhares, com o objetivo de preencher lacunas das edições anteriores. Em 2008, a comissão organizadora contou com o auxílio de uma consultoria regional composta pela galerista Márcia Mello e pelos fotógrafos Orlando Azevedo, Pedro David e Tiago Santana. O papel deles foi o de sugerir artistas de diferentes regiões do país cuja contribuição não esteja contemplada na Coleção.
De acordo com a coordenadora do projeto, Anna Carboncini, a consultoria regional permitiu maior profundidade na pesquisa de um panorama da fotografia brasileira, abrangendo características históricas e estéticas específicas de determinadas áreas do país, longe dos centros habituais. “Esta participação enriqueceu a Coleção e permitiu uma investigação em profundidade”, afirma.
“Este ano é especial para a Pirelli, porque comemoramos 80 anos de presença industrial e um século de história no Brasil. Com o intuito de prestar uma homenagem ao país que proporcionou à companhia crescer e se consolidar neste mercado, optamos por incluir mais 20 obras e chegar às 80 fotografias”, comenta Mario Batista, diretor de assuntos corporativos da Pirelli.
Área especial dedicada ao trabalho do fotógrafo André François, com 20 obras. François desenvolve documentários na área da saúde desde 2005, trabalhando temas como a humanização e a busca dos brasileiros pelo tratamento médico, acreditando no poder transformador da fotografia. Mesmo com foco em um ambiente difícil e com situações tristes, o artista retrata a ternura e os sentimentos de afeto entre as pessoas.
O objetivo principal da Coleção Pirelli/Masp de Fotografia é formar um panorama da fotografia contemporânea brasileira a partir dos anos 50, portanto, cada edição é pensada de forma a contemplar os trabalhos mais significativos nesse grande mosaico que é a linguagem fotográfica e a sua evolução nos mais diferentes campos. O acervo da Coleção conta com mais de mil obras de cerca de 300 fotógrafos representantes de todas as regiões do país. O conjunto tem a virtude de reunir nomes consagrados, investir em talentos emergentes e também dar destaque a grandes artistas não conhecidos do grande público. O resultado é uma coleção com diversidade temática, técnica e estética.
A chegada à 17ª edição confirma a validade do modelo de atuação: um conselho independente, formado por nomes importantes da fotografia no Brasil - entre os quais Boris Kossoy, Thomaz Farkas e Rubens Fernandes -, seleciona anualmente um conjunto de obras que são doadas ao MASP.
Os selecionados para a 17ª Edição:
Artista Residência atual
Ricardo Labastier Brasília DF
Anderson Schneider Brasília DF
Miguel Aún Belo Horizonte MG
José Faria Belo Horizonte MG
Rui Cesar Dos Santos Nova Lima MG
Rodrigo Zeferino Ipatinga MG
Barbara Wagner Recife PE
José Frota Natal RN
Voltaire Fraga Salvador, (falecido) SP
Zig Koch Curitiba PR
Helmuth Wagner Curitiba, (falecido) PR
Rogerio Ghomes Londrina PR
Nani Gois Piraquara PR
Zé Paiva Florianópolis SC
Milan Alram Rio de Janeiro RJ
Ana Vitória Mussi Rio de Janeiro RJ
Fausto Chermont São Paulo SP
Jacques Dequeker São Paulo SP
André François São Paulo SP
Felipe Hellmeister São Paulo SP
Gui Paganini São Paulo SP
André Paoliello São Paulo SP
Vania Toledo São Paulo SP
Bob Wolfenson São Paulo SP
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - São Paulo – SP.
Horário: terça-feira a domingo e feriados, das 11h às 18h; quinta até 20h.
A bilheteria fecha uma hora antes. Ingresso: R$ 15 (inteira) e R$ 7 (estudante), gratuito às terças-feiras e diariamente para menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Informações: 11 3251 5644.
Informações à imprensa. Fones 11 3812 2780 / 3294-2400.
Com Annete Morhy cel.: 7892.3657, annete@comunique.srv.br
Pirelli / FSB Comunicações 11 3061-9596
Com edson.gushiken@fsb.com.br / augusto.descrove@fsb.com.br
Colaboração de quatro consultores de diferentes regiões do país identifica percepções ainda ausentes na Coleção. Mostra com 80 imagens de 24 fotógrafos ou estrangeiros atuantes no país, abre dia 12 de março a 3 de maio 2009 no MASP e traz ainda área dedicada a obras do fotógrafo André François.
Esta edição da Coleção se destaca pela abertura a novos olhares, com o objetivo de preencher lacunas das edições anteriores. Em 2008, a comissão organizadora contou com o auxílio de uma consultoria regional composta pela galerista Márcia Mello e pelos fotógrafos Orlando Azevedo, Pedro David e Tiago Santana. O papel deles foi o de sugerir artistas de diferentes regiões do país cuja contribuição não esteja contemplada na Coleção.
De acordo com a coordenadora do projeto, Anna Carboncini, a consultoria regional permitiu maior profundidade na pesquisa de um panorama da fotografia brasileira, abrangendo características históricas e estéticas específicas de determinadas áreas do país, longe dos centros habituais. “Esta participação enriqueceu a Coleção e permitiu uma investigação em profundidade”, afirma.
“Este ano é especial para a Pirelli, porque comemoramos 80 anos de presença industrial e um século de história no Brasil. Com o intuito de prestar uma homenagem ao país que proporcionou à companhia crescer e se consolidar neste mercado, optamos por incluir mais 20 obras e chegar às 80 fotografias”, comenta Mario Batista, diretor de assuntos corporativos da Pirelli.
Área especial dedicada ao trabalho do fotógrafo André François, com 20 obras. François desenvolve documentários na área da saúde desde 2005, trabalhando temas como a humanização e a busca dos brasileiros pelo tratamento médico, acreditando no poder transformador da fotografia. Mesmo com foco em um ambiente difícil e com situações tristes, o artista retrata a ternura e os sentimentos de afeto entre as pessoas.
O objetivo principal da Coleção Pirelli/Masp de Fotografia é formar um panorama da fotografia contemporânea brasileira a partir dos anos 50, portanto, cada edição é pensada de forma a contemplar os trabalhos mais significativos nesse grande mosaico que é a linguagem fotográfica e a sua evolução nos mais diferentes campos. O acervo da Coleção conta com mais de mil obras de cerca de 300 fotógrafos representantes de todas as regiões do país. O conjunto tem a virtude de reunir nomes consagrados, investir em talentos emergentes e também dar destaque a grandes artistas não conhecidos do grande público. O resultado é uma coleção com diversidade temática, técnica e estética.
A chegada à 17ª edição confirma a validade do modelo de atuação: um conselho independente, formado por nomes importantes da fotografia no Brasil - entre os quais Boris Kossoy, Thomaz Farkas e Rubens Fernandes -, seleciona anualmente um conjunto de obras que são doadas ao MASP.
Os selecionados para a 17ª Edição:
Artista Residência atual
Ricardo Labastier Brasília DF
Anderson Schneider Brasília DF
Miguel Aún Belo Horizonte MG
José Faria Belo Horizonte MG
Rui Cesar Dos Santos Nova Lima MG
Rodrigo Zeferino Ipatinga MG
Barbara Wagner Recife PE
José Frota Natal RN
Voltaire Fraga Salvador, (falecido) SP
Zig Koch Curitiba PR
Helmuth Wagner Curitiba, (falecido) PR
Rogerio Ghomes Londrina PR
Nani Gois Piraquara PR
Zé Paiva Florianópolis SC
Milan Alram Rio de Janeiro RJ
Ana Vitória Mussi Rio de Janeiro RJ
Fausto Chermont São Paulo SP
Jacques Dequeker São Paulo SP
André François São Paulo SP
Felipe Hellmeister São Paulo SP
Gui Paganini São Paulo SP
André Paoliello São Paulo SP
Vania Toledo São Paulo SP
Bob Wolfenson São Paulo SP
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - São Paulo – SP.
Horário: terça-feira a domingo e feriados, das 11h às 18h; quinta até 20h.
A bilheteria fecha uma hora antes. Ingresso: R$ 15 (inteira) e R$ 7 (estudante), gratuito às terças-feiras e diariamente para menores de 10 anos e maiores de 60 anos.
Informações: 11 3251 5644.
Informações à imprensa. Fones 11 3812 2780 / 3294-2400.
Com Annete Morhy cel.: 7892.3657, annete@comunique.srv.br
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