Mais uma temática que inspirou diversas obras artísticas
Pouco se sabe sobre a rainha de Sabá, inclusive seu próprio nome. Os autores árabes a tratavam como Balquis, soberana da Arábia que viveu por volta do século 10 a.C. e se tornou famosa principalmente pela visita que fez ao rei Salomão, em 985 a.C.. Nessa época, após haver discutido com seus conselheiros, decidiu procurar pessoalmente o rei de Israel com o intuito de negociar com ele um tratado comercial que lhe assegurasse o monopólio das caravanas que viajavam de Israel e Tiro com destino às Índias, passando pelo seu reino ao sul da Arábia. Este era habitado pelos sabeus, raça semítica de cultura muito antiga e de linguagem semelhante à etíope - cujos povos foram os primeiros colonizadores da Etiópia -, e dele se dizia que possuía grande riqueza e poderosos recursos justamente por estar localizado na rota comercial entre a Índia e a África.
Diz a lenda que a rainha nasceu por volta do ano 1020 a.C. e morreu aos 55 anos de idade, sem nunca ter casado. Tendo assumido o trono com apenas quinze anos, em virtude da morte do pai, ela precisava acompanhar os costumes do seu povo, que tanto dava direitos iguais a homens e mulheres, como exigia que a soberana fosse virgem. Por isso se dedicou aos estudos, à filosofia e ao misticismo. O episódio de sua visita a Jerusalém provavelmente tem tudo a ver com a curiosidade dos estudiosos, pois a presunção é a de que tenha tomado conhecimento da sabedoria e esplendor do monarca, e por isso resolveu verificar pessoalmente se as informações eram verdadeiras. A Bíblia contém a seguinte passagem (Livro dos Reis 9:26/28), “Equipou também o rei Salomão uma frota em Aslongaber, perto de Aflat, na praia do mar Vermelho, na terra de Edom. Hiram (rei de Tiro) mandou seus próprios servos nessa frota, marinheiros experimentados em náutica, para ajudar os homens de Salomão. Foram a Ofir, donde trouxeram quatrocentos e vinte talentos de ouro, que apresentaram ao rei Salomão”.
Ofir, cidade histórica e quase lendária do mundo antigo, ficou conhecida como produtora e exportadora de ouro. Citada no Velho Testamento e em numerosas obras antigas como cidade de grande esplendor, sua situação geográfica permanece desconhecida até hoje, acreditando-se que tenha pertencido à área do oceano Índico. Ouvindo falar de Salomão, a rainha de Sabá procurou conhecê-lo. No mesmo texto bíblico Livro dos Reis (9:2/8) está escrito que ela “Chegou a Jerusalém com uma numerosa comitiva, com camelos carregados de aromas e uma grande quantidade de ouro e pedras preciosas. Apresentou-se diante do rei Salomão e disse-lhe tudo o que ela tinha no espírito. A tudo lhe respondeu o rei. Nenhuma das suas perguntas lhe pareceu obscura e deu solução a todas. Quando a rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão, a casa que ele tinha feito, os manjares de sua mesa, os apartamentos de seus servos, as habitações e uniformês de seus oficiais, os copeiros do rei e os holocaustos que ele oferecia no templo do Senhor, ficou estupefata e disse ao rei: É bem verdade o que ouvi a teu respeito e de tua sabedoria, na minha terra. Eu não quis acreditar no que me diziam, antes de vir aqui e ver com os meus próprios olhos. Mas eis que não contaram nem a metade: tua sabedoria e tia opulência é muito maior do que a fama que havia chegado até mim. Felizes os teus homens, felizes os teus servos que estão sempre contigo e ouvem a tua sabedoria”.
“Presenteou o rei com 120 talentos de ouro e grande quantidade de perfumês e pedras preciosas. Não apareceu jamais uma quantidade de aromas tão grande com a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão. A frota de Hiram, que trazia o ouro de Ofir, trouxe também grande quantidade de madeira de sândalo e pedras preciosas. Com este sândalo fez o rei balaustradas para o templo do Senhor, assim como harpas e flautas. E desde então não se transportou mais desta madeira de sândalo, e não se viu mais dela até o dia de hoje. O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou e pediu, além dos presentes que ele mesmo lhe fez com real liberalidade. E a rainha retomou o caminho de volta com a sua comitiva”.
Nada mais se sabe sobre a rainha de Sabá, a não ser que teve um filho com o rei Salomão. Chamado Menelik, ele assumiu o trono com o título "Novo de Imperador" e "Rei dos Reis de Etiópia", fundando a "Dinastia Salomonica" que governou aquele país, com poucas interrupções, durante aproximadamente três mil anos ou 225 gerações, terminadas com o Imperador Haile Selassie, em 1974.
A rainha de Sabá - uma mulher exótica, misteriosa de grande poder - está imortalizada no mundo de grandes obras religiosas, entre eles a Bíblia hebraica e no Alcorão muçulmano. Ela também aparece nas pinturas turco e persa, nos tratados cabalísticos, medieval, cristão e obras místicas, onde ela é vista como a personificação da Sabedoria Divina e um prognosticador do culto de Santa Cruz. Na África e na Arábia seu conto é ainda contado nos dias de hoje e, de fato, seu conto tem sido contada e recontada em muitos países há quase 3.000 anos. Tentar saber quem ela pode realmente ter sido é uma tarefa árdua, e uma pergunta logo surge. Por que, se tão pouco se sabe sobre ela, ela tem-se uma figura tão importante?
Os contos de Salomão e a Rainha de Sabá são os mitos de fundação do Estado moderno de Israel e Etiópia.
Link para arquivos de imagens .PPT das diversas obras estimuladas no mito:
http://www.4shared.com/file/hbjQYMdJ/Rainha_de_Sab_-_Batsheba_1.html
http://www.4shared.com/file/uiBztBFR/Rainha_de_Sab_-_Bathsheba.html
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