Crucificação de São Pedro, 1601. Capela Cerasi, Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma
Nascido em Milão, 29/9/1571 – Porto Ercole, comuna de Monte Argentario, 18/7/1610, foi um pintor Italiano atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista Barroco, estilo do qual ele é o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal de sua família, que ele adotou como nome artístico.
A conversão de São Paulo, a caminho de Damasco. 1600-1601
Mesmo ainda vivo, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido em Milão, onde seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do Marquês de Caravaggio, Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600 e, desde então, nunca lhe faltaram comissões ou patronos.
Porém ele lidou com seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele, em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: "após uma quinzena de trabalho, ele irá vagar por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo o seguindo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em alguma luta ou discussão, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo." (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601.)
Invocação de São Mateus (1599-1600) - Igreja de São Luís dos Franceses, Roma
Considerado um farrista inconseqüente, ele vivia com problemas com a polícia, sem dinheiro e buscava brigas nos pulgueiros da cidade. Em 1606, mata um jovem durante uma briga e foge de Roma, com a cabeça a prêmio. Em Malta (1608) envolve-se em outra briga, e mais outra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido suas ações, por inimigos nunca identificados. No ano seguinte, após uma carreira de pouco mais do que uma década, Caravaggio estava morto, aos 38 anos.
Caravaggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar Maria e os apóstolos. Sua inspiração era entre comerciantes, prostitutas, marinheiros, todo o tipo de pessoas que não eram de nobre estirpe e que tivessem grande expressão, como suas obras retratam. Talvez tenha sido um dos primeiros artistas a saber conciliar a arte com o ministério de Jesus, que aconteceu exatamente entre pescadores, lavradores e prostitutas.
O artista levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta fisgada morta do rio Tibre para pintar A Morte da Virgem. Esta foi uma das duas mais importantes características das suas pinturas: retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma.
A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. Este uso de sombra e luz é marcante em seus quadros e atrai o observador para dentro da cena - como fica bem demonstrado em A Ceia em casa de Emmaus. Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou receberam um nome específico: tenebrismo.
Deposição (1602-1604) - Igreja Nova, actual Igreja de Santa Maria della Vallicella, Vaticano
Baco (1593-1594) - Uffizi, Florença
A Ceia em Emmaus (1596) - National Gallery, Londres
São Mateus e o Anjo (c. 1602) - Igreja de São Luís dos Franceses, Roma
Caravaggio, pintura de Ottavio Leoni.
Sete Obras de Misericórdia (1607) - Pio Monte della Misericordia, Nápoles
Degolação de Baptista (1608) - Catedral da Valletta, Valletta, Malta
Martírio de São Mateus (1599-1600) - Igreja de São Luís dos Franceses, Roma
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