sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jean Boulogne (Giambologna) - vídeo: Gregorio Fernández

Nasceu em Douai, Flandres (hoje na França), em 1529, e faleceu em Florença em 13ago1608. Giambologna tem sido considerado o mais perfeito representante do Maneirismo, e seu renome vem de suas obras cheias de movimento, com um precioso polimento de superfície. Entre as mais conhecidas estão o Mercúrio, do qual existem várias versões, o grupo do Rapto das Sabinas, um estátua de São Lucas, o grupo de Hércules e Nesso, e sua série da deusa Vênus, que estabeleceu um novo cânon de proporções para a figura feminina e se tornou modelo para duas gerações de escultores italianos e do norte da Europa. A divulgação de suas grandes obras em cópias reduzidas em bronze fez sua fama se espalhar pela Europa, e desde então seu prestígio não sofreu decréscimo. Seu estilo foi uma influência decisiva sobre De Vries, Puget, Tacca, Franqueville, Bernini e Algardi.

Nascido em uma família de classe média, seus pais queriam fazer dele um notário, mas seu talento foi percebido e ele foi aceito como aprendiz no atelier do escultor e arquiteto Jacques du Broeucq, que havia visitado a Itália e foi um dos principais introdutores do renascimento italiano em Flandres. Permaneceu estudando com ele entre o fim da década de 1540 e o início da de 1550, e seu treinamento prático se deu nas obras da igreja de Sainte-Waudru em Mons, cujo coro estava a cargo de seu mestre. Depois de terminar seu aprendizado transferiu-se para a Itália em torno de 1550, fixando-se em Roma, estudando avidamente a estatuária clássica e fazendo moldes em cera de obras célebres, dentre as quais são citadas como influência para suas criações posteriores principalmente o Laocoonte e O suplício de Dirce, duas obras-primas do helenismo que haviam sido descobertas há pouco tempo. É possível que tenha entrado em contato pessoal com Michelangelo e também e com Guglielmo della Porta, com quem teria aprendido a técnica da escultura em bronze.

Sua visita à Itália devia ser temporária, e quando começou sua viagem de volta em torno de 1553 passou por Florença, onde os modelos que havia feito em Roma causaram boa impressão no mecenas Bernardo Vecchietti, que passou a lhe encomendar obras, entre as quais uma Vênus que se perdeu, mas da qual sobrevive um modelo. A amizade com Vecchietti lhe foi de grande valia, e através dele foi apresentado ao Grão-Duque Francesco I de Medici. Considerando que a cidade poderia lhe oferecer boas condições de trabalho, decidiu fixar-se ali. Mas sua ascensão não foi rápida, já que a cidade estava cheia de artistas afamados e ele teve de se contentar com encargos de menor importância, como o brasão da família Medici para o Palazzo di Parte Guelfa, e depois um relevo em alabastro intitulado Alegoria de Francesco I.

Sua primeira obra importante foi o Baco, de 1560, executado para Lattanzio Cortesi, e no mesmo ano participou de um concurso para a Fonte de Netuno a ser instalada na Piazza della Signoria, mas cujo vencedor foi Bartolomeo Ammanati. Apesar disso foi uma oportunidade de divulgar seu trabalho, e o modelo que ele propôs recebeu críticas favoráveis. Logo depois do concurso, em 1562 Giambologna recebeu a primeira encomenda de uma obra importante para Francesco I, o Sansão e o filisteu, que é o primeiro exemplo significativo de sua habilidade de criar uma composição cheia de dinamismo e passível de ser apreciada de todos os ângulos. Deveria ter sido instalada em uma fonte em Florença mas acabou por ser oferecida à Espanha. De lá passou para a posse do Príncipe de Gales, o futuro Carlos I, e logo se tornou a mais célebre escultura italiana na Inglaterra, hoje fazendo parte da coleção do Victoria and Albert Museum.

Em 1563 foi chamado a Bolonha para realizar o Netuno da fonte na Piazza Maggiore, cuja estrutura fora projetada por Tommaso Laureti e que fazia parte da renovação urbanística da cidade ordenada pelo papa Pio IV. Enquanto trabalhava no Netuno o delegado papal solicitou a Giambologna uma estátua para ser instalada no pátio do Archiginnasio, a sede da veneranda Universidade de Bolonha, que deveria representar Mercúrio apontando para o céu, simbolizando a origem divina do saber. O projeto acabou não sendo realizado, mas resultou num modelo que constitui a primeira de uma série de estátuas do deus que culmina no célebre Mercúrio voando, muito mais dinâmico do que o projeto original, pousando apenas a ponta do pé sobre o sopro de um zéfiro, o que lhe confere uma sensação notável de ausência de peso, liberdade de movimento e graça. De volta a Florença em 1556, o escultor apresentou o Mercúrio aos Medici, que, entusiasmados, ordenaram a sua fundição para enviá-lo como presente diplomático ao imperador Maximiliano II, como parte dos entendimentos entre a corte florentina e a austríaca para a o casamento de Francesco I com Joana da Áustria. Quando as bodas foram realizadas ele foi encarregado de criar uma alegoria para as festividades, o grupo Florença derrotando Pisa, que foi instalada no Palazzo Vecchio e hoje se conserva no Museu do Bargello. Logo depois fez estátuas para duas fontes incompletas, uma na Villa Medicea della Petraia, a Vênus de Florença (1570-71), e outra representando o deus Oceano (1572-76), uma grande composição em mármore para os Jardins de Boboli do Palazzo Pitti. Outra Vênus foi criada para a fonte da Grotta del Buontalenti (1575), e depois foi encarregado de uma escultura monumental do deus Apenino para o parque da Villa di Pratolino. Em 1579 recebeu a encomenda da decoração da Capela Grimaldi, a convite do Doge de Gênova, e da Capela Salviati, em Florença. A Capela Grimaldi já não existe, mas as composições em bronze de Giambologna foram preservadas e hoje estão na Universidade de Gênova. O grupo compreende sete relevos ilustrando a Paixão de Cristo, seis alegorias das Virtudes, e seis anjos. Nos relevos ele conseguiu criar efeitos em escultura que se aproximam da pintura, e seu estilo, submetendo-se às prescrições de imediata inteligibilidade estabelecidas para criação de arte sacra pelo Concílio de Trento, mostra uma bem sucedida adaptação em sua estética, onde abandona a retórica e adota uma forma narrativa mais direta. Suas composições para a Capela Salviati seguem em linhas gerais o mesmo estilo da outra.

Em 1581 Giambologna iniciou a que hoje se considera sua obra-prima, o Rapto das Sabinas, finalizada em torno de 1582. Aparentemente a escultura não foi produto de encomenda, tendo sido realizada como demonstração de virtuosismo. Quando Francesco I viu a obra ficou tão entusiasmado que ordenou sua instalação em um local prestigioso, a Loggia dei Lanzi, na praça principal da cidade, junto ao Palazzo Vecchio. A presença ali de um trabalho anterior de Benvenuto Cellini, o Perseu, uma obra também célebre, levou o autor a sugerir um tema relacionado para batizar a obra . Por fim decidiu-se pela história das Sabinas. Um estudo preparatório conservado no Museu Nacional de Capodimonte mostra apenas duas figuras, mas o artista revisou a composição adicionando o velho na base. Existem dois estudos em cera em pequena escala mostrando o arranjo final, e um modelo em gesso em tamanho definitivo. Mais tarde a obra foi reproduzida inúmeras vezes em pequeno formato, se tornando peças cobiçadas por colecionadores.

O Rapto é um façanha em termos de técnica, esculpida em um único bloco de mármore, com 4,10 m de altura. A composição, de grande originalidade, é uma contribuição magistral para a solução de um problema estético que estava em debate desde décadas antes e havia sido apresentado formalmente por Benedetto Varchi em sua Inchiesta (1546), relativo à disputa sobre a primazia da escultura ou da pintura. Os defensores da escultura argumentavam que ela era superior pois oferecia mais de um ponto de vista para o espectador, e Cellini havia respondido dizendo que uma estátua idealmente não deveria ter menos de oito ângulos satisfatórios. Esse debate inaugurava uma nova forma de ver o diálogo entre obra e público, exigindo deste uma participação maior, uma busca mais ativa na contemplação de vários ângulos, e não de apenas do plano frontal, como ocorre na pintura. O Rapto de Giambologna é uma composição do tipo figura serpentinata, de movimento helicoidal que pode ser visto em qualquer ângulo com sucesso, uma tipologia que havia sido proposta por Leonardo e explorada por Michelangelo, mas a peça de Giambologna é a primeira grande obra da arte renascentista a resolver todos os ângulos satisfatoriamente e oferecer pontos de interesse em qualquer posição [5]. Hoje o original, que estava ameaçado pela poluição e pela ação de vândalos, se encontra na Galleria dell'Accademia, tendo sido substituído por uma réplica.

A Estátua eqüestre de Cosimo I foi encomendada em 1587 por Ferdinando I em memória de seu pai Cosimo I, que foi o primeiro Grão-Duque da Toscana. Foi a primeira em seu gênero a ser fundida em Florença. O autor se inspirou em monumentos semelhantes criados por Donatello em Pádua e Veneza, e para o cavalo seu modelo foi uma cabeça etrusca que existia na coleção grão-ducal. O cavalo ficou pronto em 1591 e foi logo fundido, e a figura do Grão-Duque foi terminada em 1594, sendo o conjunto instalado em um pedestal marmóreo adornado com os brasões familiares dos Medici e com relevos ilustrando cenas da vida do retratado. A obra causou grande impressão e resultou em encomendas semelhantes para o monumento de Henrique IV em Paris (destruído na Revolução Francesa), Madrid, para homenagear Filipe III, e outra para a mesma Florença, ora em honra a Ferdinando I. Estas obras derivativas foram completadas por seu discípulo Tasca após a morte do autor. Dentre as últimas grandes composições de Giambologna está o grupo de Hércules e Nesso, realizado em torno de 1599, ilustrando a cena em que Hércules mata o centauro Nesso, o raptor de Dejanira, com as duas figuras entrelaçadas captando o momento central da dramática luta. O estilo é semelhante ao do Rapto, e seu acabamento é igualmente primoroso. Outra é a estátua de São Lucas (1602), instalada na igreja de Orsanmichele, em Florença, de menor impacto mas com sóbria dignidade.

Link para arquivo digital(.PPTx)de suas obras:
http://www.4shared.com/file/RIK0cPti/Giambologna.html

La escultura barroca del siglo XVII en Castilla tiene en Gregorio Fernández a su mejor maestro. Se formó en el taller de su padre, en la localidad lucense de Sarriá, trasladándose a Valladolid en los primeros años del XVII. En sus primeras obras como el Arcángel San Gabriel ya se aprecia la elegancia manierista de su primer estilo, inspirado en Giambologna.
Su fama empieza a consolidarse, encargándose de la ejecución de grandes retablos y otros grupos más pequeños como la Adoración de los pastores del convento burgalés de Las Huelgas, caracterizado también por la idealización de sus figuras. Sus próximos trabajos presentan un mayor naturalismo como se desprende del Cristo atado a la columna de la Cofradía de la Santa Vera Cruz de Valladolid, en el que se consolida un esquema iconográfico característico del barroco castellano. El arte procesional alcanza con el paso del Descendimiento su momento culminante, cargando de teatralidad la escena al disponer dos figuras en escaleras que sostienen el cuerpo del Crucificado en el aire. Pero donde la expresividad alcanza cotas difícilmente superables la encontramos en la Piedad, escena principal del paso procesional de la Cofradía de las Angustias, destacando el contraste entre el declamatorio gesto de María y la serenidad del cuerpo de Cristo. El conjunto se completa con las figuras de los dos ladrones crucificados.

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